O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas denuncia que os policiais civis do Centro Integrado de Segurança Pública de Murici têm que arrecadar dinheiro, a famosa ‘vaquinha’, para comprar botijão de gás de cozinha. Dessa forma eles evitam que os presos passem fome.
De acordo com a categoria, a proibição de mais de quatro presos na carceragem pela Justiça também está sendo descumprida pelo Governo do Estado.
Após denúncia, a diretoria do Sindpol voltou ao Cisp e confirmou que as falhas comprometem o funcionamento e a estrutura do prédio. “A água, que chega no Cisp, é imprópria para o consumo humano. As pinturas estão descascando. Há infiltrações, rachaduras e mofos nas paredes. Um problema hidráulico na obra faz com que o banheiro acumule água. O portão do Cisp está quebrado há vários meses. E as bandeiras de Alagoas, de Murici e do Brasil ficam largadas no chão. O local está cheio de mato. Para construir o Centro, o governo do Estado gastou R$ 1,4 milhão, mas o patrimônio dos alagoanos está abandonado e sem manutenção. Tudo isso é o reflexo do descaso da Segurança Pública com o patrimônio público”, protesta o presidente do Sindpol, Ricardo Nazário.
O presidente do Sindpol também revela que a decisão da Justiça, tendo em vista a ação civil pública da Defensoria Pública do Estado, está sendo descumprida quanto ao número de presos. “O Tribunal de Justiça de Alagoas limitou o número de presos na carceragem a quatro, sendo dois em cada cela. Constatamos nove presos no Cisp. Infelizmente, a Delegacia Geral insiste em descumprir o magistrado alagoano”.
Os dirigentes do Sindpol também verificaram a continuidade de acúmulo de materiais apreendidos, como motos, caça niqueis e pneus no local. “Um córrego e pneus estão cheios de água, ocasionando a infestação de mosquito. Os policiais civis estão com medo de contraírem dengue, zika e chikungunya”, revela.
“Se o Cisp de Murici, que é na terra do governador está abandonado, imagine o restante dos municípios”, questiona o sindicalista.
Desde a inauguração do Cisp, que o Sindpol denuncia os problemas estruturais que se agravam e prejudicam o trabalho dos policiais civis.
Na inspeção ao Cisp de Murici, além do presidente do Sindpol também participaram o vice-presidente Jânio Vieira e os dirigentes Etélio Charles e Adriano Gama.
Redação, com Assessoria