A sessão ordinária da Câmara de Maceió desta quarta-feira (8) foi dedicada ao 8 de março, Dia Internacional da Mulher. A sessão, inclusive, foi dirigida pela vice-presidente da Casa, Silvânia Barbosa (PRB), por determinação do presidente, Kelmann Vieira (PSDB). Além da parlamentar, a sessão teve as vereadoras Tereza Nelma (PSDB) e Fátima Santiago (PP), no apoio aos trabalhos.
Da Tribuna da Casa de Mário Guimarães, os vereadores renderam homenagens às mulheres e registram suas impressões a respeito do 8 de março. O primeiro a se pronunciar foi Silvânio Barbosa (PMDB). “Uso a Tribuna para homenagear as mulheres em seu Dia Internacional. Quero lembrar, aqui, as dificuldades das menos favorecidas. As que acordam cedo para poder trabalhar e sustentar suas famílias. Elas também são acometidas de diversas doenças, como câncer, e que, infelizmente, não têm apoio do Poder Público para se cuidar”, lembrou.
O vereador Samy Malta (PSDC) se seguiu a Silvânio Barbosa. Em sua primeira legislatura, Malta aproveitou a data para homenagear as mulheres citando esposa e mãe. “Não poderia deixar de citar minha mãe e minha esposa como referências para mim. A primeira porque esteve e está em todas as minhas conquistas e momentos difíceis, e minha companheira que me ajuda a sustentar a família e criar os filhos. Também quero aproveitar a oportunidade para sugerir que Maceió adote o projeto do Ônibus Rosa, que é destinado somente a mulheres no coletivo, para evitar assédio e outras situações vexatórias que elas passam”, destacou o parlamentar.
Vice-presidente da Casa, Silvânia Barbosa (PRB) também contribuiu com as homenagens às mulheres na sessão ordinária desta quarta-feira. “Fui questionada se aqui na Casa eu me sinto desprestigiada ou algo do tipo por nós, mulheres, sermos minoria entre os vereadores. Respondi que isso não passa pela minha cabeça. Lógico que sonho com o dia em que seremos maioria aqui na Câmara, assim como na Assembleia Legislativa. Nossa luta tem sido por adquirir nossa identidade. Temos tantas atribuições que, certamente, o homem não daria conta, caso estivessem no nosso lugar. Lembro que, quando cheguei à Câmara, lutei para que não fosse rotulada como a vereadora ligada a essa ou aquela pessoa e acredito que consegui, embora seja uma luta diária esse tipo de conquista. Faço meu trabalho e sei que represento bem as mulheres de Maceió como vereadora”, disse.
Um dos novatos da Câmara, Siderlane Mendonça (PEN) lembrou que no bairro de sua origem, o Benedito Bentes, o Dia Internacional das Mulheres foi marcado por serviços oferecidos pela instituição inaugurada por ele na comunidade, o ‘Espaço Amigo da Mulher’.
“Passamos o dia oferecendo serviços de saúde às mulheres como teste do HIV, verificação de pressão arterial, entre outros, como forma de prestarmos serviços a quem tanto contribui em nossa sociedade. Ao contrário do que se diz, vocês, mulheres, são vencedoras porque, além de tudo, lutam contra um mundo machista que tenta subjugá-las. Por isso, quero deixar aqui minha homenagem nesse dia tão importante”, disse o vereador do PEN.
Vestida de lilás, a vereadora Tereza Nelma também utilizou a Tribuna da Casa para falar sobre o dia 8. Lembrou que em todo mundo, as mulheres se reuniram para protestar e reivindicar direitos.
“Todos estão acostumados comigo vestindo rosa. Mas hoje, vim de lilás porque isso atende a uma demanda internacional na luta pelo feminismo. Essa é a cor que representa o movimento. Hoje, no Dia Internacional das Mulheres, há greve mundial delas em defesa dos nossos direitos, entre eles a falta de acesso à saúde por milhões de nós. Ainda ganhamos menos que os homens, segundo a ONU r”, afirmou Nelma.
Francisco Sales (PPL) e Fátima Santiago (PL) também falaram sobre as mulheres. O primeiro lembrou que prestigia as mulheres em sua empresa na capital alagoana. “Orgulho-me de ter pelo menos 80% de funcionárias nos cargos de comando na minha empresa. Estou muito satisfeito com elas e a palavra de ordem é lutar contra qualquer discriminação”, disse.
Já Santiago fez reflexão em torno da criação que as próprias mulheres dão aos seus filhos, que alimenta o machismo na sociedade. “Não é só a violência em si que me deixa triste. Mas o machismo. O que é o machismo? Ele acompanhou o coronelismo, que quase acabou, mas o machismo segue se reproduzindo. Desde pequena, escuto falar do patriarcado em nossa sociedade. 40% das mulheres chefiam o lar. Mas ainda a mulher é quem comanda a educação dos filhos no lar. Quem forma os machistas? Já pensaram nisso? Quem formou o menino para ser machista e a mulher subserviente? Quem tem que exterminar o machismo é a mulher. Infelizmente a mulher é que não educa para a equidade, e isso nos afeta diretamente”, refletiu Fátima Santiago.