O Núcleo de Educação Ambiental Francisco de Assis (NEAFA) foi fundado em 2003 pelo Dr. Ismar Gatto, médico patologista, que viu a necessidade de ajudar animais abandonados, de pessoas mais humildes, protetores independentes e algumas ONGs parceiras. Diante disso, o NEAFA já atendeu milhares de cães e gatos nos últimos 14 anos, e somente de 2015 até o prezado momento 26.728 animais passaram com seus tutores no local.
Diariamente são consultados cerca de 40 animais e mais 20 passam por procedimentos cirúrgicos que são agendados previamente na sede, durante a semana, pela manhã. Os animais são avaliados pela equipe de médicos veterinários e havendo a necessidade passam por procedimento cirúrgico. Dentre as cirurgias que o NEAFA realiza, estão: histerectomia ou orquiectomia (popularmente conhecida como castração), enucleação, mastectomia e cesariana. Também é realizado o hemograma nos animais e quando alguns precisam tomar soro ou de transfusão de sangue há uma sala específica para os procedimentos.
A ONG não possui nenhum vínculo com o Governo Municipal, Estadual ou Federal e, por isso precisa de doações para se manter, pois há custos com medicamentos e rações dos animais domiciliados, bem como o pagamento de funcionários – cerca de 20 – e manutenção da estrutura e equipamentos.
Segundo a coordenadora da ONG, Pallova Costa, o NEAFA sempre trabalhou em prol dos animais e ajuda centenas de pessoas que fazem resgates. “Dentro das nossas possibilidades ajudamos muitas pessoas que criam animais, ou que por ventura encontram cães e gatos nas ruas com a saúde frágil ou vítimas de maus-tratos. A equipe já salvou milhares de vidas e é muito bom colaborar para que isso aconteça”, disse.
Exames
A doutora em patologia animal, Flávia Jabour, faz parte da equipe e realiza diariamente diversos exames em animais que são consultados na sede da ONG. São eles: citologia oncótica, de pele e de conduto auditivo, bem como histopatologia e raspado cutâneo. “Os principais exames que realizo aqui no laboratório do NEAFA são os de citologia oncótica e de histopatologia. Dentre os diagnósticos mais frequentes estão os tumores de células redondas (tumor venéreo transmissível canino, linfoma, mastocitoma) e neoplasias de mama em cadelas e gatas, além de lesões parasitárias como leishmaniose”, explicou.
“Não somos abrigo”
Muitas pessoas ainda não sabem, mas o NEAFA não funciona como abrigo. A missão da ONG é o de oferecer assistência médica e cirurgias as pessoas mais carentes, como também faz o trabalho de educação ambiental em escolas, faculdades e outros espaços. Mesmo não sendo um abrigo, há cerca de 100 animais domiciliados, em sua maioria, idosos.
Adoções de animais
Todos os animais adotados na sede do NEAFA saem vermifugados, vacinados e castrados (no caso dos adolescentes e adultos), já os filhotes ficam com o procedimento agendado para quando completarem a idade ideal. Os novos tutores dos animais adotados na sede recebem gratuitamente um Guia Educativo que ensina como cuidar dos pets. Essa é uma das maneiras encontradas pela ONG para promover a educação ambiental. Outra vantagem é que os animais adotados no NEAFA têm um ano de atendimento gratuito na clínica que funciona no Núcleo.
Ações para arrecadar recursos
De tempos em tempos, a equipe do NEAFA realiza bazares, rifa e ainda vende produtos com sua marca para poder arcar com os custos da sede que são altos. “Mensalmente são muitas contas a pagar, por isso a importância dessas ações para manter o projeto”, falou Pallova Costa.
“Hoje os tutores estão mais conscientes sobre a necessidade de fazer um acompanhamento médico em seus animais e aplicar os princípios da guarda responsável. Isso faz com que a expectativa de vida dos pets aumente, mas, nem sempre essa assistência é acessível a todos, devidos aos altos custos. Nesse sentido, o NEAFA presta atendimento clínico e cirúrgico visando abranger a população carente, ao mesmo tempo que trabalha no repasse de informações importantes como a prevenção de zoonoses e controle populacional, contribuindo para a saúde pública, de modo geral”, finalizou a médica veterinária e responsável técnica da ONG, Elizabeth Lima.