Modelagem para privatização da Eletrobras está definida, diz secretário

A modelagem para o processo de privatização da Eletrobras já foi definido pelas áreas técnicas dos ministérios de Minas e Energia, do Planejamento e da Fazenda e o texto da medida provisória deve ser encaminhado até a semana que vem para análise dos ministros. A informação é do secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, que participou hoje (31) do 7º Seminário sobre Matriz e Segurança Energética Brasileira, na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.

Segundo ele, a análise técnica já foi concluída e cabe aos ministros tomar a decisão política para definir o percentual que cada investidor poderá ter no bloco de controle. Pedrosa disse que a ideia é fazer da Eletrobras uma “grande corporação nacional” com “visão de longo prazo” e “gestão forte”, a exemplo da Embraer e da Vale.

“Você tem vários tipos de investidores no mercado. Tem o investidor que está disposto a pagar mais caro, se ele vai controlar o negócio, porque ele quer impor o modelo de gestão dele, vai enxugar custos de uma maneira mais radical do que outro e vai tirar valor daquele negócio, então ele paga mais. Mas o que você quer na Eletrobras do futuro?”, questiona Pedrosa.

Pedrosa disse que será necessário limitar os investidores, o que pode restringir alguns perfis e atrair, por exemplo, fundos de pensão, que têm visão de longo prazo. “Isso diminui o que a União pode receber, mas a política nossa não é focada na arrecadação, mas na melhoria do setor elétrico. Não é, por exemplo, para um investidor que queira entrar numa empresa que está quebrada, recuperar ela rapidamente, dobrar o valor dela e sair para entrar outro”, disse.

De acordo com o secretário, a Eletrobras irá para o novo mercado da bolsa, mas no bloco de controle haverá limitação que a área técnica sugere como 10% para conduzir a gestão da empresa, mesmo que o acionista tenha uma parcela maior das ações. “Não vai ter um controlador. Nós vamos fazer uma assembleia e formar um conselho. Ninguém terá mais do que 10% no controle da empresa, mesmo tendo mais do capital”.

Pedrosa informou também que hoje não há uma visão do governo na venda de ações da Eletrobras. “Não vai vender o patrimônio público, pelo contrário, as ações do governo que permanecerem na Eletrobras serão proporcionalmente menos, mas serão em valor maior. Porque hoje há, digamos assim, um prêmio negativo de descontrole na Eletrobras”.

A estimativa é que o governo possa arrecadar R$ 12 bilhões com a privatização da estatal que, segundo ele, perdeu R$ 175 bilhões nos últimos 13 anos em recursos que a União deixou de arrecadar e “vem se tornando irrelevante no setor elétrico brasileiro”.

O objetivo do governo é concluir o processo até o final do ano que vem. Segundo ele, a rejeição à privatização da Eletrobras se restringe a “segmentos que se consideram prejudicados”.

 

Agência Brasil

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