Calote: oficiais cumprem ordem de despejo contra faculdade e só encontram o esqueleto do prédio

Por ordem do juiz Gustavo Souza Lima, da 12ª Vara Cível da Capital, oficiais de Justiça cumpriram, nesta terça-feira (9), a ordem de despejo contra a Faculdade Doutor Raimundo Marinho, situada na Avenida Durval de Góes Monteiro, no bairro do Tabuleiro do Martins, na parte alta de capital. Quando chegaram ao local, os representantes da Justiça tomaram um grande susto: apenas se depararam com o esqueleto do prédio e muita sujeira.

A ação aconteceu após a Coutinho Empreendimentos Imobiliários, proprietária do prédio, ingressar com uma ação. Segundo o processo, há mais de três anos a instituição de ensino superior não honrava com o pagamento do aluguel do estabelecimento. Conforme o oficial de justiça Robert Manso, a faculdade estava totalmente depenada. “Foram arrancados todos os revestimentos PVC, vasos sanitários, fios elétricos e até as portas”, contou. Muito lixo, telhas e outros objetos foram encontrados espalhados pelo local. E a situação vai além: funcionários estão com os salários atrasados.

A Justiça deu um prazo para que o prédio fosse desocupado de forma involuntária até o dia 19 de dezembro. As aulas foram encerradas no dia 10, conforme um funcionário que acompanhou a ação de despejo. Ele preferiu manter o silêncio acerca do caso.

Carlos Eduardo, representante da empresa Coutinho Empreendimentos, contou à Folha de Alagoas que a direção da faculdade alegou que não tinha condições de efetuar o pagamento. “Demos vários prazos e eles não foram cumpridos. Todo esse caos será informado ao juiz que está acompanhado o processo”, frisou.

PROBLEMA CRÔNICO

O presidente do Sindicato dos Professores (Sinpro), Eduardo Vasconcelos, disse que o problema do não pagamento é histórico. “Já denunciamos que a Raimundo Marinho está sem recolher a muito tenho o FGTS dos professores. Inclusive, formalizamos queixas no Ministério Público Estadual (MPE/AL)”.

Funcionários e alunos, que atualmente estão de férias, foram pegos de surpresa. “Nenhum acordo foi cumprido por parte do estabelecimento de ensino. Vamos ajuizar novamente ações, para que ninguém sofra com prejuízos”, concluiu representante do sindicato.

 

Por Guilherme Carvalho Filho – Folha

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