O deputado federal e ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PHS), foi o entrevistado do novo programa realizado pela Folha de Alagoas em parceria com a TVCOM Maceió – ‘Folha na TV’. Vários assuntos foram abordados, dentre eles, Operação Taturana, mudanças de partidos, eleição para o Governo do Estado e Senado, além de outros temas da política local e nacional. Confira a seguir trechos importantes da entrevista.
Projeto Político para 2018
A experiência na Câmara Federal não foi positiva, mas foi produtiva. Ajudamos a vários municípios do nosso Estado, mesmo aqueles que não temos base política nesses municípios. Peguei o pior momento da Câmara. Segundo parlamentares mais antigos pertencentes ao chamado “baixo clero”, esses foram os piores anos de legislatura federal. Fiz a minha parte. Estou devolvendo os votos que tive, com trabalho. Quero voltar a Brasília apenas para buscar recursos para o meu Estado. Este ano vou concorrer para deputado estadual, pois assim tenho a oportunidade de estar perto do meu eleitor, perto da minha família e de poder cobrar melhorias ao governador mais de perto também e, assim, contribuir mais com o meu Estado.
Operação Taturana
Fui condenado sem merecer. Não posso fazer nenhum prejulgamento da condição do julgamento, até porque, tinha uma prescrição de 14 anos. Eu saí da Assembleia em 2004. O processo que me incrimina hoje eu estou documentado através do então presidente da Casa, Celso Luiz, que justificou através de um documento que o empréstimo não foi pra mim, foi para o deputado Chico Tenório. O próprio deputado Chico Tenório deixou claro que o empréstimo foi pra ele. A TV Gazeta foi lá no Sertão e mostrou a fábrica de leite que foi construída com esses R$ 120 mil.
Era o seguinte: era como se fosse um cartão de crédito. ‘Olha deputado, além de sua verba de gabinete você tem o equivalente a R$ 120 mil do Banco Rural, que vão estar a sua disposição por determinação do gerente, em virtude de um acordo com a Assembleia, e a qualquer momento que você precisar, pode utilizar esse dinheiro’. Obviamente para utilizar de forma correta, pagando com a verba de gabinete. Isso era uma coisa que todos os deputados tinham. Como eu nunca precisei desse dinheiro e achei que não deveria utilizá-lo daquela forma, comecei a receber certa pressão para que eu fizesse o empréstimo para outro deputado. Eu estava num campo minado. Depois de muita pressão, cedi. A pressão foi tão grande que eles fizeram que a Sandra, gerente do banco, levasse o
contrato para que eu assinasse lá no meu gabinete. O dinheiro foi pago pelos deputados Celso Luiz e Francisco Tenório, presidente e vice da Assembleia, à época. Não foi pago com minha verba de gabinete, mas como eu era o ‘pequenininho’, me colocaram na mesma vala e eu pago caro até hoje.
Mudança de partidos
É uma longa história. Doutor Geraldo Sampaio pediu pra o Adeílson me liberar para o PDT porque eu era funcionário da TV Alagoas, Adeílson me liberou. Depois que eu ganhei a eleição de 2005 pra 2006 pelo PDT. Após um grande acordo entre Dr. Geraldo e Dr. João Lyra, eu fui para o PTB. Esse acordo não foi ‘0800’, porque eu era um ‘patrimônio’ do PDT e da TV Alagoas. Então, fui para o PTB nacional. Momentos depois, Fernando Collor tomou o PTB de João Lyra e de Cícero Almeida. Eu me senti completamente chateado e desprezado como prefeito de Maceió. Aí veio o convite do PP para que eu fosse presidente municipal do PP e posteriormente teria um ministério a meu favor. O objetivo do Palácio em 2010 era tirar o Cícero da prefeitura e derrubá-lo na Justiça. Estava tudo armado pra isso. Eu não fui candidato ao Governo do Estado em respeito ao povo alagoano. Ao terminar meu mandato tive a condição de sair do PP. Isso é um pouco dos bastidores que justificam as mudanças de partidos.
Problemas com o PRTB
O PRTB me causa dano desde que eu entrei na política. Desde 1º de janeiro de 2015 que eu pago caro à decisão que tomei na condição de deputado federal por ter saído do PRTB. Partido este que me destituiu da presidência, quando tudo era decidido pelo Adeílson. Ele me destituiu da presidência no dia 31 de dezembro. Eu já tomei posse como um simples filiado do PRTB. E daí, ao tomar conhecimento, eu saí do PRTB. Tem uma ação de R$ 400 mil tramitando contra a minha pessoa, que foi indeferida agora pela procuradora Raquel Dodge. Por três vezes eu tive minha conta salário e minha conta parlamentar bloqueada, e tá tramitando a perda de mandato, onde eu já tenho o voto favorável do Ministério Público e da doutora Luciana, ex-ministra. Essa perseguição é uma ação covarde do Adeílson, do Levy e de outros interessados. A Polícia Federal vai chegar no Levy. Ele usa familiares como dirigentes do partido e recebe milhões de fundo partidário mesmo sem ter deputado, pela votação que recebeu em Alagoas. Ele age covardemente em conivência com o presidente aqui de Alagoas.
Governo e Senado
Eu tenho um compromisso aberto com o Senador Renan Calheiros e, consequentemente, com o seu filho. Compromisso pela consideração do pai para comigo, pelo grande amigo que é, e pelo governador que participou da minha campanha de forma direta ou indireta, ele participou como membro do PMDB. Eu vejo no governador, hoje, mais mérito que falhas. Já para o Senado, meu candidato número 1 é o Senador Renan, é o meu primeiro voto. O segundo, se for candidato, é do Marx. É um grande parceiro que eu tenho em Brasília, é um grande ministro e é um grande cara.
JORNAL FOLHA DE ALAGOAS
