A Comissão de Ética Pública da Presidência pediu ao ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, compartilhamento do inquérito que corre na Corte sobre o envolvimento do presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Minas e Energia) com suposto pagamento de propina pela Odebrecht.
A comissão pediu uma cópia do procedimento para utilizar nos procedimentos abertos para apurar as condutas dos dois ministros depois que eles foram denunciados por organização criminosa – caso que está suspenso por decisão do Congresso.
Na quarta-feira (6), o ministro Fachin pediu um parecer da Procuradoria Geral da República, que deverá responder em cinco dias, para que depois disso ele possa decidir se atende ou não o compartilhamento requerido pela comissão.
O ministro lembrou que o processo sobre Temer e os dois ministros está na Procuradoria, à espera de que o órgão opine sobre prorrogação de prazo para continuidade das investigações por mais 60 dias, pedido feito pela Polícia Federal no mês passado.
O caso se refere a um jantar no Palácio do Jaburu, em maio de 2014, em que teria sido acertado o repasse de R$ 10 milhões supostamente ilícito pela Odebrecht ao MDB.
O delator Cláudio Mello Filho, ex-executivo da empreiteira, disse ter participado de um jantar com Padilha, Marcelo Odebrecht e Temer para discutir o assunto. O presidente já admitiu que houve o jantar, mas sempre disse que eles não falaram de valores.
Segundo a Procuradoria Geral da República, integrantes do grupo político liderado por Temer “teriam recebido recursos ilícitos da Odebrecht como contrapartida ao atendimento de interesses da empreiteira pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República”.
G1