Os três reeducandos do sistema prisional alagoano que venceram o 4º Concurso de Redação da Defensoria Pública da União (DPU) foram homenageados em solenidade na sede da DPU, no bairro Mangabeiras, em Maceió. Com o tema “Promoção dos direitos humanos e garantia do acesso à Justiça”, em referência aos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o concurso premiou os primeiros colocados de cada categoria, entre elas, a destinada a pessoas privadas de liberdade, em reconhecimento ao potencial de alunos dos ensinos fundamental e médio em todo o país.
Os vencedores foram anunciados em novembro do ano passado. Rydewaldo Ferreira de Araújo obteve nota 91,351. Em segundo e terceiro lugares, respectivamente, foram classificados Willys Guilherme dos Santos Moraes (71,013) e Mário Sérgio da Silva Santos (54,804), que também cumprem pena no Núcleo Ressocializador da Capital. Todos são alunos da Escola Estadual Educador Paulo Jorge dos Santos, instalada no sistema prisional.
Na oportunidade, os estudantes receberam medalhas das mãos do defensor público-chefe João Paulo Cachete, que, antes de parabenizá-los, destacou os números do concurso para reforçar a importância do incentivo à educação também entre os reeducandos.
“Foram 516 escolas inscritas em todo o país, totalizando mais de 6,6 mil redações e quase 8,3 mil alunos participantes. E este ano, o que mais me chamou a atenção foi a notícia de que os dois melhores classificados do país vão ganhar uma viagem, com direito a acompanhante, para Viena, a capital da Áustria, onde poderão ler suas redações em evento da Organização das Nações Unidas (ONU), comprovando, assim, a envergadura que o nosso projeto alcançou”, afirmou o defensor público.
Já a gerente de Educação, Produção e Laborterapia da Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), agente penitenciária Andréa Rodrigues, agradeceu à Defensoria Pública da União por voltar os olhos da instituição ao sistema prisional, destacando também a parceria, firmada ainda no ano de 2014, com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) – que contribui com a formação de 200 reeducandos somente na capital alagoana.
“Vamos continuar fomentando ações que visem, principalmente, à autoestima desses reeducandos. Iniciativas como esta são sempre muito importantes porque vivemos num mundo competitivo. É por isso que eles se sentem estimulados a participar, em razão da oportunidade de terem reconhecido o empenho nos estudos”, comentou André Rodrigues, que esteve representando o secretário de Ressocialização e Inclusão Social, Marcos Sérgio de Freitas.
Já o reeducando Rydewaldo Ferreira, que, além da medalha, também foi premiado com um tablet, não escondeu a satisfação por tamanha conquista. “A nota que obtive também vai servir de estímulo aos demais colegas do Núcleo Ressocializador. Também é gratificante saber que somente através da educação é que teremos uma sociedade melhor. Sem ela [educação], eu não conseguiria buscar uma vida digna”, analisou Rydewaldo, que concluiu o curso de cabeleireiro e promete seguir adiante, já mirando o ensino superior.
Também participaram da solenidade a coordenadora pedagógica da Seris, Márcia Cordeiro, a supervisora de educação, Genizete Tavares, e a diretora da Escola Educador Paulo Jorge, Alba Marinho, que destacou a representatividade da premiação frente à “busca por equidade no processo de transmissão do saber”.
Assessoria