Quatro anos após reconstruir a imagem musical em um íntimo e personalíssimo terceiro álbum de estúdio, Guelã (2015), Maria Gadú dá hoje, 22 de abril de 2019, a primeira amostra do que poderá ser quarto álbum da artista paulistana, confirmando e renovando a disposição de fazer música sem compromissos comerciais.
De autoria da própria Gadú, a música Mundo líquido – lançada em single disponibilizado hoje nas plataformas de música e promovido com clipe filmado no Rio Negro, no Amazonas (AM), a bordo da expedição Katerre – é um mergulho da cantora e compositora nas profundezas e belezas de águas e terras que revolvem as raízes da ancestralidade indígena.
Gravado entre fevereiro e março deste ano de 2019, entre estúdios de Salvador (BA) e São Paulo (SP), o single Mundo líquido incorpora cantos do povo indígena Guajajara, captados na Aldeia Maçaranduba, no Maranhão, em fevereiro de 2018.
Lançada dez anos após Gadú ter ganhado projeção nacional com álbum de estreia que enfileirou canções nas paradas, a começar por Shimbalaiê (Maria Gadú, 2009), a música Mundo líquido ganhou forma no estúdio em produção dividida pela artista com Felipe Roseno, que toca percussão na gravação feita com a marcação do baixo de Ana Karina Sebastião. Além de cantar, Maria Gadú toca violão, guitarra e synth na faixa.
Eis a letra da composição Mundo líquido:
Mundo líquido (Maria Gadú)
Mundo líquido peixe
A vida de olhos abertos
No planeta das águas
Qualificam-se maravilhas
Quem revela os mistérios
E os rumos dos seres aquáticos
Suas naves famílias
E o agudo mais grave das ondas
Vou povoar em sentidos
O negro mar boia hídrica
Vou ver Iara Amazônica
E seu cardume de náufragos
Vou debruçar meu caráter
No Negro Rio mata híbrida
Quero contar aos meus filhos
Sobre um mergulho fantástico