Federação repudia demissão em massa de jornalistas da empresa de Collor

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) disse repudiar, de forma veemente, nesta sexta-feira (5), por meio de nota enviada à imprensa, a demissão de 15 jornalistas da Organização Arnon de Melo (OAM). Os desligamentos ocorreram ontem, após nove dias de greve da categoria. Segundo os profissionais, o clima na OAM é de tensão e hostilidade.

É importante destacar que, por unanimidade, os magistrados da Corte Trabalhista não só resolveram manter o piso salarial da categoria no mesmo patamar, como determinaram um reajuste de 3% aos vencimentos, percentual que corresponde a recomposição das perdas referentes à inflação dos últimos 12 meses.

CONFIRA A NOTA DA FENAJ

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), entidade máxima de representação da categoria, vem a público expressar seu mais veemente repúdio às demissões de 15 jornalistas pela Organização Arnon de Melo (OAM), que congrega a TV Gazeta (afiliada da Globo), o Portal G1 Alagoas e a TV Mar. As demissões ocorreram um dia após o encerramento da vitoriosa greve dos jornalistas alagoanos, que durou nove dias e impôs aos patrões uma histórica derrota, com julgamento favorável à categoria do dissídio coletivo, impetrado junto ao Tribunal Regional do Trabalho.

A greve é um direito legal da classe trabalhadora na luta por condições dignas de trabalho e somente é utilizada quando todas as tentativas de negociação se esgotam e os trabalhadores se veem ameaçados em sua sobrevivência. No caso de Alagoas, os patrões queriam impor aos jornalistas uma redução de 40% no piso salarial. O Sindicato de Jornalistas tentou uma solução negociada por mais de 60 dias, mas os patrões mantiveram-se intransigentes.

A Justiça do Trabalho reconheceu a legalidade da greve, assim como sua justeza. No julgamento do dissídio coletivo, realizado no último dia 3, por unanimidade, os desembargadores do TRT decidiram pela não redução do piso salarial da categoria e mais, determinaram reajuste de 3% no piso e salários acima do piso e a garantia de três meses de salários, uma forma não expressa de estabilidade no emprego. Os jornalistas alagoanos comemoraram a vitória e, no dia seguinte, foram surpreendidos com as demissões.

A OAM, grupo empresarial da família Collor, nem mesmo esperou a publicação do acórdão do TRT para demonstrar seu desrespeito à categoria e à própria justiça do trabalho. Inequivocamente, as demissões foram um gesto de retaliação à greve e mais uma demonstração da forma autoritária e abusiva com que o grupo trata seus trabalhadores e trabalhadoras. Cerca de 40 profissionais demitidos pela OAM, em novembro de 2018, ainda não receberam suas verbas rescisórias.

A Federação Nacional dos Jornalistas solidariza-se com os jornalistas demitidos e se soma ao Sindicato dos Jornalistas de Alagoas na luta para que mais essa arbitrariedade e ilegalidade cometidas pela OAM seja revertida. Com o apoio decisivo de toda a categoria – que mostrou coragem, firmeza e disposição para a luta durante a greve e reafirmou sua altivez na assembleia realizada nesta quinta-feira – a luta em defesa dos demitidos e de toda a categoria será igualmente vitoriosa.

A solidariedade e o companheirismo também foram componentes determinantes para o sucesso da greve e continuarão determinando as ações dos jornalistas de Alagoas e o apoio dos jornalistas de todo o Brasil. Juntos somos fortes!

Redação

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