Aliados de Gilberto Gonçalves são acusados de tentar executar opositor

O empresário Kleber Malaquias denuncia que foi vítima de atentado a mando do prefeito do município de Rio Largo, Gilberto Gonçalves, e de sua esposa Cristina Gonçalves, que é vice-prefeito da cidade. Ao Folha de Alagoas, ele narrou os vinte minutos de terror que passou na mão de dois bandidos, com uma arma apontada para sua cabeça. E diz que no local do caso há câmaras de videomonitoramento.

“Eu estava saindo de um bar, próximo a minha residência, quando essa dupla me abordou, ameaçando com uma pistola em direção ao meu rosto. Encostado numa parede, os criminosos pediam, a todo o tempo, para dizer que Gilberto e Cristina eram pessoas de bem, e que eu estava fazendo denuncias para prejudica-los”, disse.

Kleber Malaquias relembra os momentos de sufoco, que foi gravado em vídeo por um do criminosos. “Eles mandaram abrir a boca para um tiro ser deflagrado, bem como me ajoelhar, mas eu não obedeci às ordens. Atiraram em direção ao meu rosto e aos pés. Posso dizer que nasci de novo e estou vivo graças a Deus”.

Segundo ele, os criminosos ainda atiraram dezenas de vezes na Avenida Intendente Júlio Calheiros, numa localidade conhecida como Mata do Rolo. “Até um motoqueiro que ia passando no momento do fato eles derrubaram da moto. Muita maldade o que fizeram comigo, mas não deixarei de denunciar irregularidades e crimes cometidos por Gilberto Gonçalves”.

Os suspeitos, conforme a vítima, estavam num Fusion branco. Um deles foi identificado como Leo Paulista, que, segundo testemunhas, é comerciante e presta serviços para o prefeito de Rio Largo. “O mais interessante é que, há vinte dias, a irmã da vice-prefeita me abordou ordenando para que eu parasse de formular denúncias, porque algo de ruim iria acontecer. Tudo que eu sofrer é de responsabilidade de Gilberto Gonçalves, pois não possuo inimigos”.

Kleber Malaquias disse que, ao final da sessão de tortura, ainda foi lançado ao chão. “Quando eles saíram em disparada, entrei numa residência, onde permaneci lá acolhido por um tempo. Pouco tempo depois, os criminosos voltaram à avenida à minha procura. Como não me localizaram, ficaram atirando para cima e ameaçando os transeuntes”.

Os acusados, ainda segundo o empresário, voltaram ao local novamente para recolher as capsulas. “Pela manhã, um amigo foi à região e não encontrou mais nenhuma. Eles não queriam deixar nenhum tipo de prova. Mas os moradores daquela localidade viram tudo e se encontram bastante assustados”.

Kleber Malaquias procurou a Central de Flagrantes I, em Maceió, onde foi formalizado um Boletim de Ocorrência (B.O). Ele também já comunicou o fato à Polícia Federal e ao Conselho de Segurança Pública (Conseg). “O que eu quero é Justiça, pois minha vida está em risco. Não posso ficar à mercê de Gilberto Gonçalves e de seus ‘capangas’. Preciso de proteção o mais rápido possível”.

O empresário diz que ligou várias vezes para a Polícia Militar, por meio do 190, mas não conseguiu contato. Numa carta direcionada ao procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, ele suplica: “não me deixe morrer”.

Agora, ele espera que o Poder Judiciário se posicione diante da denúncia formulada, e que os responsáveis pelo crime sejam punidos.

Sair da versão mobile