O avanço das investigações envolvendo a prática de rachadinhas no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando era deputado estadual na Alerj, reforçará – além do pedido para suspender o trabalho do MP do Rio no STF, feito nesta quinta-feira (19) – uma outra estratégia da defesa do senador: a busca por alguma nulidade que possa beneficiar Flávio a partir da publicação da decisão, chamada de acórdão, do julgamento do Coaf pela Corte, em novembro.
A defesa de Flávio, segundo o blog apurou, aguarda a publicação do acórdão para analisar a modulação da decisão – o que só deve ocorrer no ano que vem. Ministros do STF, reservadamente, avaliam que está clara a estratégia da defesa de buscar uma anulação de provas envolvendo o caso Queiroz – e lembram que o julgamento que permitiu o compartilhamento de dados do Coaf em investigações foi de 10 votos a 1.
No entanto, a defesa nutre expectativa de encontrar alguma nulidade que se aplique a Flávio e recorrer ao STF. Esse tipo de recurso feito pela defesa, após a publicação de uma decisão de julgamento, é chamado de embargo.
A defesa também quer avaliar as notas taquigráficas do julgamento.
No âmbito político, a preocupação de aliados do presidente é de que o avanço das investigações comprometa cada vez mais o discurso de combate à corrupção do governo – um dos pilares da campanha de Bolsonaro.
Nas palavras de um ministro, a repercussão de Flávio preocupa porque, diferentemente de um ministro de Estado, ele não pode ser “demitido”, o que afastaria a repercussão negativa do coração do governo.
Andrea Sadi/G1