Davi Filho se posiona a favor dos mais vulneráveis durante pandemia do coronavírus

O deputado Davi Filho (PP) destacou, em entrevista ao Folha de Alagoas, que todos os esforços devem se voltar para o socorro dos que mais precisam. O parlamentar se refere ao caos que o país vive, em razão do novo coronavírus. “Precisamos de medidas diretas e urgentes como a assistência financeira, isenção nas taxas de água e luz, desconto nas contas telefônicas e distribuição gratuita de alimentos e de itens de higiene”.

Confira a entrevista na íntegra:

Deputado Davi Filho, como tem sido esse período de quarentena?

É um momento muito delicado e novo para todos nós. Eu continuo ativo, as sessões virtuais na Assembleia estão funcionando e fico em casa a maior parte estou muito inquieto e angustiado porque sei que essa epidemia atinge de maneiras diferentes as pessoas.

O que te faz afirmar isso, Deputado?

Basta olhar, conversar com as pessoas mais pobres, escutá-las para entender que não é verdade que essa epidemia pega ricos e pobres da mesma forma. A maior parte da população não tem dinheiro guardado e o dinheiro para colocar comida em casa depende do próprio trabalho. Fazer quarentena com a geladeira cheia é diferente do que em uma casa onde a geladeira está fazia e falta até mesmo água. E nesse sentido me sinto um privilegiado. Mas precisamos olhar com urgência para essas situações.

Como o senhor enxerga Alagoas nesse cenário nacional?

Alagoas tem um histórico de grande desigualdade social e isso complica ainda mais nossa batalha, ainda que em termos numéricos de casos confirmados e mortes nossa situação seja melhor do que de muitos estados.

O que Alagoas precisa então, neste momento? Que tipo de soluções o senhor entende como importantes?

Realidades diferentes precisam de soluções diferentes. Nesse sentido acho que todos os esforços devem se voltar para o socorro dos que mais precisam, pois trabalhadores na base da pirâmide de distribuição de renda estão sendo atingidos com mais brutalidade. Precisamos de medidas diretas e urgentes como a assistência financeira, isenção nas taxas de água e luz, desconto nas contas telefônicas e distribuição gratuita de alimentos e de itens de higiene. Estou com grande expectativa para ver como as ajudas econômicas diretas anunciadas pelo Governo federal e por administrações estaduais irão se materializar nos bolsos dos maceioenses.

Como o senhor tem atuado como Deputado durante essa crise?

Desde o primeiro momento me preocupei com esse quadro da desigualdade e como isso atingiria os mais vulneráveis. De imediato, propus ao governo do Estado através de requerimento protocolado que destinasse, com celeridade, recursos do Fecoep (Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza) para compra de cestas básicas e outros insumos para a distribuição entre famílias mais necessitadas durante a pandemia. O governador Renan Filho anunciou, na noite da última quinta-feira (26), que vai entregar 1 milhão emcestas básicas para usuários do Bolsa Família que façam parte do CadÚnico. Agora é fazer com que essas cestas realmente cheguem nas mãos da população o mais rápido possível.

Apresentei também um Projeto De Lei para aumentar a punição pelo aproveitamento indevido na exploração da população, pois durante essa pandemia muitos consumidores procuraram por álcool em gel, máscaras, outros equipamentos de EPI e materia de limpeza em farmácias, lojas, mercados, hipermercados e atacadistas no estado de Alagoas e alguns desses responderam com preços abusivos diante da alta demanda. Um verdadeiro absurdo.
Encaminhei também requerimento através do Poder Legislativo Estadual, com anuência do Plenário, solicitando ao Excelentíssimo Senhor Governador do Estado de Alagoas que estabelecesse um plano especial de Assistência Social para as Instituições de Longa Permanência Para Idosos, visto que, nos abrigos se encontram as pessoas de maiores riscos para complicações e gravidade, razão imperativa para um tratamento diferenciado por parte do Estado.

O senhor acredita que conseguiremos sair dessa crise com brevidade?

A pandemia chegou ao Brasil e encontrou um país já bastante fragilizado, sob forte política de austeridade e uma situação de crise econômica muito grave. E Alagoas como já mencionei antes, tem o agravante dessa forte desigualdade e a grande quantidade de pessoas muito vulneráveis. O fato é que a condição extrema da Covid-19 expõe essa desigualdade ainda mais. Tenho insistido nisso porque nesse momento temos realmente que dirigir nossa atenção para esse público. Temos uma enorme dívida social com eles.

E como fica a questão do equilíbrio fiscal Deputado?

Este não é o momento de equilíbrio fiscal, é necessário colocar dinheiro para salvar a vida da população e também a economia. Para sobreviver à doença, e ao que vem depois dela, devemos fortalecer o Estado, o mercado não vai resolver. Enfim, o momento exige união e solidariedade, ninguém sozinho irá conseguir mudar o cenário e não se trata só de leitos hospitalares e medicamentos, é preciso proteção social.

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