Lacen triplica produção de exames e já fez mais de 1.500 testes para detectar Covid-19

O Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL) iniciou a realização de testes para detectar a Covid-19 no dia 19 de março. De lá pra cá, já realizou mais de 1.500 exames para detecção da doença e passou a funcionar todos os dias – incluindo sábados e domingos, 24 horas.

No início, o laboratório entregava uma média de 40 exames diariamente. Agora, cerca de um mês depois, a unidade triplicou o número e chega a realizar 120 testes a cada 24 horas. O aumento exponencial na produção do laboratório em tão pouco tempo ocorreu em função da otimização dos processos, acredita o diretor da unidade, Anderson Leite, que é biólogo com doutorado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal). “Desde a chegada do material à inclusão no processo de trabalho. Também fizemos uma otimização do material humano que temos lá, que são profissionais do mais alto gabarito”, observa.

O teste para detectar a presença do vírus é considerado minucioso, de uma área especializada (biologia molecular) e que conta com oito técnicos para realizar os procedimentos diretamente ligados às amostras de casos suspeitos coletadas nos hospitais e unidades de pronto-atendimento.

O laboratório continua a atender a demanda para outras endemias. “Ainda temos dengue, zika, doença de Chagas, chikungunya, leptospirose e a tuberculose não deu trégua. E o Lacen, por ser um laboratório de saúde pública de referência no Estado, continua a receber esses diagnósticos”, esclarece o diretor.

Parceria com a Ufal

Outra novidade anunciada pelo gerente foi o início dos testes para Covid-19 realizados em parceria com o laboratório da Ufal. A perspectiva é que, por lá, sejam entregues pelo menos mais 90 testes por dia. “O reforço da Ufal é de extrema importância. Depois que eu fui inserido no Lacen, priorizei a parceria, que não foi proposta agora. A Ufal se prontificou de imediato a nos auxiliar nesse período, mas precisávamos ter uma conversa e ajustar os ponteiros antes que de fato déssemos início ao trabalho”.

Outro reforço para realização virá de um laboratório privado, licenciado pelo Ministério da Saúde. Ao todo, serão mais 2.200 testes providenciados por meio de contrato com o Governo do Estado.

Prioridades

Atualmente, o Lacen recebe todos os dias uma média 150 coletas de casos suspeitos. Número que deve aumentar com o agravamento da transmissão comunitária. Com o objetivo de salvar o maior número de vidas, o laboratório estabeleceu um protocolo de prioridades para realização dos testes.

O primeiro critério é a amostra do paciente considerado grave. “Esse paciente precisa de um diagnóstico ‘para ontem’. O prognóstico dele é uma interrogação para o médico. E ainda por cima, ele está em isolamento. Caso não apresente Covid-19 ou nenhuma outra síndrome gripal que exige isolamento, ele tem que sair de lá urgentemente para dar a vaga para outra pessoa. Por isso, esse paciente é prioritário”, explica Anderson Leite.

A outra prioridade são os óbitos. “Isso quer dizer que a pessoa não foi socorrida ou não foi atendida ou não teve acesso ao serviço de saúde? Não. Isso significa que em algumas situações a doença tem evoluído muito rapidamente. Já aconteceu inclusive de o paciente ir a óbito mesmo antes da coleta. Já outros fizeram a coleta e, antes de o resultado sair, vieram a falecer. Então esses a gente também prioriza. Porque é essencial que a família do individuo saiba a causa da morte do seu ente. É essencial que o médico que está lá, na ponta, assinando uma declaração de óbito, tenha o suporte de diagnóstico, que se soma à análise clínica e ao exame de imagem, para que faça uma declaração com o caso fechado”, exemplifica.

Os profissionais que atuam na área de saúde e de segurança pública são o terceiro critério de prioridade. Há testes específicos enviados pelo Ministério da Saúde para esses casos. “Mas ao menor sinal de agravamento, esse profissional pula para a primeira prioridade”, considera Anderson Leite.

O diretor do Lacen garante que, em se tratando de prioridade, não se pode falar hoje em demanda reprimida. “Estamos conseguindo atender a todas as prioridades. Há uma demanda reprimida do início da epidemia, no entanto, a grande maioria dos casos não atendia aos critérios de coleta. Temos um planejamento de buscar esses pacientes para que eles façam testes rápidos para observar se, de fato, eles tiveram contato com o vírus ou se foi outra síndrome gripal. Lembremos que não há casos graves e nem óbitos nessa demanda que ficou”, pontua.

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