Nota de Bolsonaro foi resposta calculada a operação contra aliados

Apesar de não citar nominalmente, a nota do presidente Jair Bolsonaro na noite desta terça-feira (16) foi uma resposta à operação da Polícia Federal contra aliados deflagrada no mesmo dia. Segundo auxiliares diretos, Bolsonaro demonstrou grande contrariedade com a operação e chegou a classificá-la como um “novo cerco” contra ele.

A operação da PF investiga atos antidemocráticos. Foram 21 mandados de busca e apreensão para investigar a origem de recursos e a estrutura de financiamento de grupos suspeitos de promover essas manifestações. Apesar do silêncio durante o dia, Bolsonaro decidiu postar uma mensagem.

No texto publicado à noite, o presidente escreveu que não pode “assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas”. Segundo Bolsonaro, o histórico do governo prova que sempre esteve “ao lado da democracia e da Constituição brasileira”. De acordo com ele, até o momento nenhuma medida demostra qualquer apreço a autoritarismo.

Segundo um auxiliar, o texto escrito mostra que o presidente decidiu pensar numa resposta calculada. E, portanto, evitar reagir no impulso. Na mensagem, Bolsonaro afirmou que não podia “assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas. Por isso, tomarei todas as medidas legais possíveis para proteger a Constituição e a liberdade dos brasileiros.”

Até mesmo integrantes do governo demonstraram preocupação com a operação que aconteceu a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) e com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Isso porque atingiu não apenas empresários próximos, mas também parlamentares com acesso ao gabinete presidencial. Ao mesmo tempo, Moraes determinou a quebra de sigilo de dez deputados e um senador — todos do grupo político do presidente.

G1/Gerson Camarotti

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