Acusado de vários crimes, Bureco tenta se reeleger em São Miguel dos Milagres

A última vez que foi preso, Bureco estava com cheques, dinheiro vivo e armas municiadas

Da Redação – Exclusiva Impresso

As passagens pela polícia aparentam não abalar a busca de Rubens Felisberto Ataíde Júnior, popularmente conhecido como Bureco Ataíde (MDB), pela reeleição em São Miguel dos Milagres. O militar reformado, eleito em 2016 com 53,81% dos votos, foi preso novamente em agosto, pela Polícia Rodoviária Federal, e acumula mais acusações ao longo da carreira.

No episódio, Bureco estava com mais três amigos, quando o veículo em que eles estavam, foi abordado pela PRF, no trecho da BR-101, em Jaboatão dos Guararapes, na grande Recife. O fato aconteceu no dia 18 de agosto e os agentes encontraram quase R$ 32 mil em espécie dentro de uma sacola plástica, além de dezenas de cheques, com valores que chegam até R$ 75 mil. Além disso, três pistoladas carregadas foram apreendidas, sendo que duas dessas armas sequer possuíam registro.

Como justificativa, o atual prefeito de São Miguel dos Milagres disse que foi a Recife comprar peças de caminhões, sem dar maiores detalhes. Ele e os amigos foram levados à delegacia da Polícia Civil de Prazeres, onde prestaram depoimentos.

Outro episódio na carreira de Bureco Ataíde é a acusação de participação no assassinato do secretário de Agricultura do município de Passo do Camaragibe, Márcio Bonfim Alves, no ano de 2013. O prefeito chegou a ter a prisão decretada, mas foi libertado em 2014, e agora responde ao processo em liberdade.

No pleito deste ano, o MDBista concorre, de certo, com o empresário Nivaldo Lessa (PCdoB) e com Théo Pontes, do PROS. O adversário de Bureco nas últimas eleições, Jadson Lessa (PTB), conhecido como “Pezão”, teve o registro de sua candidatura indeferido nessa última semana, pelo juiz da 12ª zona eleitoral, a pedido do Ministério Público Eleitoral, por ser irmão da atual vice-prefeita da cidade, que substituiu Bureco, que pediu afastamento das funções, nos seis meses que antecedem as eleições. Por isso, a impugnação.

No entanto, a inelegibilidade de Pezão foi revertida em julgamento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AL), na segunda-feira (26).

Com todo esse imbróglio, o chefe do executivo municipal decidiu trocar a vice de sua chapa, Cristiane Lessa, pelo empresário Cristiano Apolinário Filho, o que surpreendeu apoiadores e demonstra o jogo político de Bureco na tentativa de se reeleger, visto que Cristiano é filho de Dino Apolinário, ex-prefeito de Milagres. Ou seja, ele deseja ampliar sua base eleitoral.

Em mais um polêmica neste ano, foi feita uma denúncia pelo blog Política Alagoana, em junho, de que o atual gestor tinha uma servidora da Secretaria de Assistência Social trabalhando em sua residência como empregada doméstica e que ela era paga com dinheiro público.

Em nota, a Prefeitura de São Miguel dos Milagres confirmou que Maria Machado da Silva trabalhava na casa de Rubens Ataíde, mas que era um serviço particular, fora do expediente, ou seja, ela era funcionária pública da secretaria no horário corrido, porém fazia um extra na casa do prefeito.

Se todas essas acusações vão fazer a diferença nas eleições municipais de 2020 ou não, o próximo dia 15, data da votação, vai trazer as respostas. Contudo, é certo que os episódios levantam desconfiança da população de uma das cidades mais bonitas do Brasil. E a oposição tenta se mostrar a alternativa à velha política.

Mais acusações

Em 2014, o juiz substituto da Comarca de Passo do Camaragibe, Francisco de Oliveira Portugal, revogou as prisões preventivas dos três acusados de assassinar o secretário municipal de Agricultura, Márcio Bomfim Alves, morto a tiros aos 34 anos de idade, no dia 22 de maio de 2013, naquele município.

Denunciados por homicídio qualificado, tiveram as prisões preventivas revogadas: o policial militar Rubens Felisberto de Ataíde Júnior, o Bureco, o ex-secretário municipal de Passo do Camaragibe, Paulo Henrique Coutinho Nogueira, e Janailson da Silva Souza Júnior.

A execução

Márcio Bomfim foi executado a tiros de pistola, à margem da AL-430, na zona rural de Passo do Camaragibe, no dia 22 de maio de 2013. O crime teria motivação política, segundo a polícia.

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