Escolhido líder da maioria no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) parece disposto a desempenhar a tarefa com empenho. Para ele, nos últimos anos a Casa e o próprio Congresso abriram mão de prerrogativas fundamentais. A investigação de atos do Executivo é uma delas. Ele quer reverter isso. “As melhores avaliações da sociedade nós tivemos nos momentos das Comissões Parlamentares de Inquérito”, avalia Renan, que ajudou a coletar assinaturas para instalação da CPI que vai averiguar o desempenho do governo no combate à pandemia de coronavírus.
Além disso, o senador alagoano critica a falta de transparência da Casa e as votações de Medidas Provisórias feitas em cima da hora, que resultam em aprovação de regras controversas. Foi assim com a MP que reduziu para cinco dias o prazo da Agência de Vigilância Sanitária avaliar pedidos de aprovação de vacinas que já tenham sido analisadas no exterior.
Quanto a esses dois itens, Renan atribui especial responsabilidade a Davi Alcolumbre (DEM-AP), que há poucos dias deixou a presidência do Senado. Ele critica enfaticamente a tentativa de Alcolumbre forçar sua indicação a presidente da Comissão de Constituição e Justiça. “Isso passa a ideia de que o Senado tem dono”, criticou Renan.
Chico Alves/Uol