Secretários divergem sobre medidas restritivas em Alagoas

Alexandre Ayres e Rafael Brito

Jornal Folha de Alagoas

Com a porcentagem de leitos ocupados e óbitos crescendo, a definição de medidas restritivas por causa da Covid-19 tem sido alvo de divergências entre membros do próprio governo. Em Alagoas, o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rafael Brito, disse, em entrevista ao Jornal da Mix 2ª Edição, que não acredita ser o momento para reduzir os voos para Alagoas, como foi pedido pelo secretário de Saúde, Alexandre Ayres.

Nessa segunda-feira (01), Ayres contou que propôs, numa conferência com secretários de outros estados, a redução no número de voos entre os estados, além da criação de barreiras sanitárias nas divisas a fim de evitar a disseminação do coronavírus.

“Alagoas recebe pessoas de todo o território nacional e também de outros países. Por isso, defendemos de maneira imediata, a redução do número de voos para o Estado e a diminuição da circulação no território no espaço brasileiro”, argumentou Alexandre Ayres.

Diante da complexidade e variáveis do tema, a discordância de quais medidas devem ser adotadas tem sido natural entre especialistas e membros do Executivo e do Legislativo. Pedindo bom senso, o chefe da pasta do Turismo citou que é preciso cautela antes de tomar decisões drásticas.

“Não sei se essa, do ponto de vista econômico, é a medida ideal para ser tomada nesse momento. Talvez ela tenha que ser tomada em algum momento, eu torço para que não seja preciso. Eu acho que ainda não é o momento. Inclusive, quem regula o ambiente aéreo do País, são instituições federais. Estado algum tem essa possibilidade de regular entrada ou saída de voo. Vou estar sempre próximo às companhias aéreas, investindo para que a gente tenha uma malha suficiente para atender quem nos procura”, afirmou Rafael Brito.

Na contramão do responsável pela Sesau, Brito ainda afirmou que o turismo não pode ser marginalizado e que é preciso encontrar um equilíbrio entre salvar vidas, o principal, mas minimizando os danos à economia. “O grande segredo dessa crise, em todo o mundo, é a mágica de equilibrar a vida e o emprego”.

“O turismo, neste momento, não pode ser o vilão da pandemia. Ele não é, pois o vírus já está na sociedade, nas festas de casamento do final de semana, nas festas clandestinas e nas bebedeiras, em quem está nas ruas e não usa máscara. Não é o turista que traz o vírus para Alagoas, não são as programações turísticas a céu aberto ou na praia que estão causando a ampliação da pandemia no nosso estado”, completou o secretário.

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