Redação
O delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas, Paulo Cerqueira, entregou o cargo de comando nesta sexta-feira (09). 24 horas após ser divulgado que a Polícia Federal indiciou o chefe da PC-AL, ele divulgou uma nota esclarecendo a situação, na qual afirma que a PF se equivocou e que não está envolvido em nenhuma trama criminosa.
Cerqueira foi indiciado no inquérito como autor intelectual do atentado contra o juiz Marcelo Tadeu, que ocasionou, por engano, na morte do advogado Nudson Harley, em 2009.
Mais cedo, em coletiva, o magistrado aposentado afirmou que Cerqueira, durante todo o inquérito na época, maquiou para despistar o crime, bem como não quis ouvi-lo como testemunha. Marcelo Tadeu, porém, disse não estar surpreso e ainda cobrou o agora ex-diretor-geral: “diga para quem o senhor fez isso?”
Leia o pronunciamento completo de Paulo Cerqueira, que afirmou estar de consciência tranquila:
NOTA
“Tomei a iniciativa de entregar o honroso cargo de Delegado-Geral, pelo amor que dispenso à minha Instituição e para não permitir ataques infundados aos relevantes serviços prestados diariamente pela Polícia Civil à sociedade alagoana.
Com a consciência tranquila e uma história de vida pautada na honestidade e no trabalho, recebi a notícia do indiciamento com a certeza de ser uma grande injustiça, pois sempre pautei minha atuação com respeito ao cidadão e à Lei.
Após 18 anos de carreira policial, tendo exercido diversas funções na segurança pública e enfrentado o crime em todas as suas vertentes, sem nunca ter sido sequer citado em boletim de ocorrência, fui tristemente surpreendido com o envolvimento do meu nome em fatos desconexos com a realidade.
Nesta oportunidade, agradeço a confiança e o apoio recebido dos integrantes da Polícia Civil durante minha jornada na Direção-Geral, na qual tive oportunidade de estar à frente nas gestões de vários secretários de segurança e dois governadores de estado, de perfis distintos e partidos diversos, sem apadrinhamento político, demonstrando meu perfil técnico para o exercício da função.
Rechaço, em nome da verdade, qualquer envolvimento em trama criminosa, muito menos em desfavor de uma pretensa vítima, com a qual sempre mantive relação cordial e respeitosa, e que a mim sempre dispensou o mesmo tratamento respeitoso, não tendo no passado e no presente qualquer motivação para ataque à integridade física do então magistrado.
Comungando do mesmo pensamento de sempre, reconheço o valoroso serviço prestado pela Polícia Federal, entretanto, afirmo categoricamente que, após 11 anos do citado delito, essa honrada Instituição se equivocou em promover meu indiciamento.
Meus familiares, amigos, colegas de profissão e, especialmente, a sociedade podem ficar tranquilos, sou inocente e a história da minha vida é a minha principal testemunha.
Finalizo, com a cabeça erguida e a consciência tranquila, acreditando em Deus e na justiça dos homens, convicto que a verdade sempre prevalecerá.”