Flávio Dino avalia quadro político e comenta atuação federal na pandemia: “Bolsonaro é o maior amigo do coronavírus”

Agências

Por Leonardo Ferreira

Convidado especial do Jornal da Mix 2ª Edição, em parceria com a Folha, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), fez uma análise sobre a situação da pandemia no seu estado e no Brasil, assim como comentou temas da conjuntura política, a exemplo da CPI da Covid e da anulação das condenações do ex-presidente Lula na Lava-Jato.

Para sair do cenário caótico encontrado na saúde e na economia, Flávio Dino defendeu que os gestores devem ter “uma atuação firme, exercitando os direitos constitucionais e indicando caminhos melhores”.

“Primeiro ponto, sem dúvidas, é uma atitude séria e responsável quanto à condução da pandemia, que é o esperado para o gestor máximo, como é o meu caso como governador, que tem a função de liderar e contrastar com o negacionismo sanitário que tantos erros produziu em nível nacional. A partir daí, extrair consequências, baseadas num tripé: medidas preventivas (como restrições ponderadas e uso de máscaras), ofertar assistência hospitalar (investir em leitos) e vacinação” disse o governador do Maranhão, cuja atuação sanitária tem sido enaltecida em levantamentos.

Ele também afirmou que, infelizmente, a forma de condução do Governo Federal atrapalhou a minimização dos efeitos da Covid-19. “É muito difícil você remar um barco ou conduzir uma navegação em mares tempestuosos com o comandante do barco máximo querendo afundá-lo. Infelizmente, o Bolsonaro é o maior amigo do coronavírus no Brasil”, admitiu, através de analogia.

Candidato a presidente em 2022?
Sobre a possibilidade de concorrer à presidência como postulante do PCdoB em 2022, Dino disse que há um debate partidário, que se sobrepõe às individualidades, mas neste momento de gravidade epidemiológica não dá para focar no próximo pleito. Também foi dito que pode, sim, haver alianças no campo da esquerda com o intuito de “virar a página do Bolsonarismo”.

“Ontem mesmo, falei com o presidente Lula por telefone, para congratular-me com ele a respeito da vitória judicial no Supremo, e disse que haverá o tempo de decidir as coisas. Vamos deixar isso para o próximo ano, porque temos uma agenda carregada ainda em 2021”, contou, lembrando a liderança de Lula em diversas pesquisas eleitorais.

Ex-magistrado federal, Dino ainda disse que, do ponto de vista jurídico, a anulação das condenações de Lula foi simples. “É letra expressa do Código de Processo Penal que um juiz, que aconselha uma das partes, é tudo, menos juiz. O STF aplicou bem a lei e tivemos a restauração da normalidade institucional”.

CPI da Covid
Sempre esperançoso sobre o futuro, o governador expôs que a CPI, se realizada, debatida e apurada seriamente, pode contribuir na responsabilização de decisões erradas.

“Não sabemos quanto tempo o coronavírus vai ficar por aí. É falsa a ideia que a CPI agora não adianta de nada. Adianta, sim. Porque pode, inclusive, corrigir problemas do futuro. Como o presidente da república não usa máscara? Como ele faz aglomeração, contrariando a opinião de todos os médicos do mundo?”, indagou Dino.

Com o maior piso salarial para professores do Brasil, o governador, por fim, defendeu que o debate sobre a reforma administrativa seja feita pelo próximo governo, já que o atual nem o censo do IBGE consegue organizar.

Sair da versão mobile