O senador Renan Calheiros (MDB-AL) pediu nesta quarta-feira, 12, a prisão do ex-secretário de Comunicação da Presidência da República Fabio Wajngarten, durante depoimento prestado na CPI da Covid. O pedido foi feito pouco tempo depois de o senador negar a divulgação da campanha “O Brasil não pode parar” pela Secom em março de 2020.
“Vossa excelência, mais uma vez, mente. Mentiu diante dos áudios agora publicados, mentiu por ter mudado a versão com relação a entrevista que deu e continua a mentir. Esse é o primeiro caso em que alguém vem à CPI e, em desprestígio da verdade, do Congresso e da representação política, mente. O presidente pode até decidir diferente, mas eu vou, diante do flagrante evidente, pedir a prisão de vossa senhoria”, disse Renan.
A decisão de pedir a prisão do depoente deve partir do presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM). “Ele pode decidir diferente, mas eu vou pedir, porque o espetáculo de mentiras que vimos hoje aqui é algo que não vai se repetir. Não pode servir de precedente. Vossa excelência não vai desprestigiar essa comissão parlamentar de inquérito mentindo.”, afirmou Renan.
Aziz afirmou que não vai mandar prender o ex-secretário. “Não sou carcereiro de ninguém”, disse. “Vossa excelência tinha falado comigo sobre a questão da prisão e eu decidi que não ia fazê-lo, e vossas excelências insistiram com isso. Eu não sou idiota”, disse o presidente da CPI. “Ainda sustentei uma questão que volto a sustentar: não façam desta CPI um tribunal que vai prender as pessoas antes de serem julgadas. Todos nós aqui, políticos, já sofremos na pele a injustiça”, continuou.
Mais cedo, em depoimento à CPI, o ex-secretário negou que tenha chamado o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de “incompetente” em entrevista à revista Veja e disse não ter participado “da negociação propriamente dita” pela vacina da Pfizer, apesar de ter afirmado à publicação que “abriu as portas do Palácio do Planalto” e fez “várias reuniões” com os representantes da farmacêutica.
Pouco depois da alegação do ministro, a revista divulgou áudio do trecho da entrevista em que Wajngarten diz que “houve incompetência”. O repórter pergunta se teria havido incompetência ou negligência do governo, em especial do Ministério da Saúde, no processo de compra de vacinas. “Incompetência”, afirmou.
Exame
