Dólar toca R$ 5,30 com cautela generalizada e BC anuncia leilão

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Um novo round de aversão ao risco no exterior, combinado com o agravamento das tensões políticas em Brasília fazem o dólar operar em alta firme nesta quinta-feira. De olho no noticiário do dia, a moeda americana voltou a operar acima dos R$ 5,30, patamar não visto desde 27 de maio, levando o BC a anunciar uma intervenção no mercado pela primeira vez desde março.

Por volta das 12h10, o dólar subia 0,64%, a R$ 5,2720, perto das máximas de R$ 5,3135. Com isso, o real deixou o posto de moeda de pior desempenho global da sessão. Contra o dólar neozelandês, que passou a liderar a lista, o dólar sobe 0,87% no horário acima.

Por aqui, o destaque é a alta temperatura em Brasília após a sucessão de eventos de ontem, que começou com a voz de prisão dada pelo presidente da CPI da covid, senador Omar Aziz (PSD-AM) ao ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Dias, que é acusado de participar do esquema de superfaturamento de vacinas, e terminou com uma nota de repúdio assinada pelo Ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, a uma fala de Aziz sobre o envolvimento de militares em denúncias de corrupção. Dias foi solto pela Polícia Legislativa no início da madrugada após pagar fiança.

Após operar brevemente acima dos R$ 5,30, o dólar desacelerou a alta com o anúncio da intervenção do BC – a primeira do tipo desde 15 de março. A autoridade monetária vai ofertar até 10 mil contratos de swap cambial, o equivalente a US$ 500 milhões, entre 12h20 e 12h30.

Lá fora, a combinação de preocupações sobre a variante delta da covid-19 e o estado da economia da China pesam sobre o apetite por risco dos agentes. Mais cedo, o Banco Popular da China (PBoC) indicou que pode cortar a taxa de exigência de reservas para dar suporte ao ambiente de negócios.

“O iene e o franco suíços são as divisas de melhor desempenho do pregão, sugerindo que ainda mantêm o status de ativos de segurança. As divisas emergentes estão mais fracas, mas o dólar estranhamente não se beneficia desse movimento”, notam analistas do Brown Brothers Harriman em comentário matinal.

Valor Econômico

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