Flávio diz que Renan persegue Bolsonaro e relator responde: ‘Me erra’

O senador e filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), acusou o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, senador Renan Calheiros (MDB-AL) de corrupção.
De acordo com o senador, a oposição de Bolsonaro cria fake news para acusar o pai de corrupção. “É difícil compreender o nexo”, disse o senador.

Durante a fala, Flávio citou uma reportagem que diz que o dono da Precisa, Francisco Maximiliano, conversou com um “suposto operador” de Renan Calheiros.

“Incrivelmente, os grandes veículos de comunicação não dão repercussão. Imagina se fosse alguém ligado ao Bolsonaro? O mundo ia cair”, disse o senador.

Flávio acusou Renan Calheiros de ter um bunker em sua casa, para tentar arrumar alguma conexão entre ele e esquemas de corrupção.

Em seguida, Renan Calheiros pediu a fala na CPI. “Presidente, eu gostaria de pedir desculpas a todos, para ter que responder uma questão absolutamente inverdadeira”, disse o senador.

De acordo com Renan, ele nunca teve um operador na vida. “Quem é acusado de ter operador é Flávio Bolsonaro. Quando ele se dirige a mim, está dirigindo a pessoa errada. Deve estar me confundindo com o Queiroz, o Adriano de Nóbrega”, disse o senador. “Me erra. Responda às acusações contra você”, finalizou o relator.

O dia da CPI

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, instalada pelo Senado, desta quarta-feira (14/7), escuta a diretora da Precisa, Emanuela Medrades.

Ela conseguiu no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de permanecerem em silêncio nos depoimentos. Isso levou a CPI a pedir ao órgão explicação sobre o alcance da decisão, o que atrasou o depoimento de Emanuela que acabou sendo adiado para esta quarta (17/7).

O presidente da comissão, Senador Omar Aziz (PSD-AM), atendeu ao pedido de adiamento feito pela diretora da Precisa, que alegou estar ‘exausta’. Sua convocação foi requerida pelos senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e aprovada pela CPI em 30 de junho, quando a transferência de sigilo telefônico e telemático da convocada também foram admitidas pelos parlamentares.

Além disso, o pedido para que a Polícia Federal compartilhe com a comissão o depoimento da diretora ocorrido na última segunda-feira (12/7) também foi aprovado. Segundo o Senado Federal, os membros das investigações já receberam a maior parte desses documentos.

A Precisa Medicamentos é a representante no Brasil do imunizante Covaxin. As negociações da sua compra pelo Ministério da Saúde se tornaram alvo de investigação da CPI da COVID.

Segundo denúncia do servidor da pasta, Luís Ricardo Fernandes Miranda, e seu irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), há indícios de irregularidade e de favorecimento na aquisição da vacina desenvolvida pela Bharat Biotech.

Instalada em 27 de abril deste ano, a comissão apura possíveis ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e repasses de verbas a estados e municípios.

Estado de Minas

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