6 de junho de 2022
Folha de Alagoas
  • INÍCIO
  • GERAL
  • INTERIOR
  • CULTURA
  • ECONOMIA
  • ESPORTE
  • POLÍTICA
  • REBULIÇO
  • CONTATO
Sem resultados
Exibir todos os resultados
6 de junho de 2022
Folha de Alagoas
Sem resultados
Exibir todos os resultados
728x90px
728x90px
Redação

Redação

Presidenciáveis veem golpe de Lira ao encampar plano do semipresidencialismo

13 de abril de 2022
0
Arthur Lira e ministro entregam 600 casas do Programa Casa Verde Amarela no Pilar
Compartilhe no FacebookCompartilhe no TwitterCompartilhe no Whatsapp

Bandeira de Arthur Lira (PP-AL) na Câmara dos Deputados, o semipresidencialismo é considerado “golpe”, “fonte de instabilidade política” e uma “jabuticaba brasileira” pelos pré-candidatos ao Palácio do Planalto nas eleições de 2022.

A Folha consultou os presidenciáveis que pontuaram na última pesquisa Datafolha e houve rejeição unânime à proposta, que propõe modificar o atual sistema político e dar mais força ao Congresso.

O pedetista Ciro Gomes (CE), que aparece em terceiro lugar no levantamento, foi um dos mais incisivos contra a mudança.

“É golpe porque, na minha opinião de professor de direito constitucional, parlamentarista que eu sou, fiz campanha pelo parlamentarismo, mas o plebiscito [de 1993 em que quase 70% dos eleitores rejeitaram o parlamentarismo] transforma o presidencialismo em cláusula pétrea”, afirma.

“Nem sequer emenda é constitucionalmente tolerável porque o poder constituinte originário, o povo, votou explícita e claramente, por folgada maioria, pelo presidencialismo.”

Ciro afirma ainda que, se a PEC avançar na Câmara, vai entrar na Justiça para barrar a medida.

Empatado com Ciro na terceira posição, o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) —que nos últimos dias afirmou ter desistido por ora de se lançar, mas depois voltou atrás— avalia que o semipresidencialismo, “com a elevada fragmentação partidária brasileira, seria uma fonte de instabilidade política.”

“Além disso, a liderança governamental seria escolhida sem a necessária transparência”, diz.

O sistema semipresidencialista é uma espécie de parlamentarismo em que o presidente da República conserva um pouco mais de poder nas mãos em relação ao parlamentarismo tradicional e menos do que no presidencialismo atual.

O presidente, eleito pelo voto direto, seria o chefe de Estado, comandante supremo das Forças Armadas e com o poder de dissolver a Câmara em caso de grave crise política e institucional. O presidente é o responsável por indicar o primeiro-ministro, que é quem governará, de fato, com o conselho de ministros.

Na Câmara, a minuta de PEC do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) prevê que o primeiro-ministro seria escolhido preferencialmente entre os membros do Congresso, por voto da maioria absoluta dos parlamentares.

Além disso, o plano de governo deve ser aprovado pelo Congresso. Ou seja, o semipresidencialismo dá ao Congresso mais poder do que ele tem hoje. Na avaliação do presidente da Câmara, o modelo é uma forma de “estabilizar mais o processo político dentro do Congresso Nacional”.

A ideia de Lira é debater o tema neste ano, para possível entrada em vigor a partir de 2030. Para isso, ele criou, em meados de março, um grupo de trabalho com prazo de 120 dias de atuação.

O colegiado, coordenado por Samuel Moreira, é composto por deputados —assessorados por um conselho consultivo encabeçado pelo ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim e formado pelo ex-presidente Michel Temer, por ex-ministros do STF e por juristas.

O tucano João Doria, ex-governador de São Paulo, afirma que o debate é válido, mas não deveria ocorrer em ano eleitoral. “Qualquer mudança constitucional, especialmente sobre os sistemas eleitoral e de governo, deve ser feita com amadurecimento, antecedência e previsibilidade”, diz Doria.

Assim como Ciro, o deputado André Janones (Avante-MG) também qualifica o semipresidencialismo como golpe.
“Na prática, olhando o cenário Brasil, o sistema semipresidencialista tira do eleitor o direito de escolher quem vai governar e entrega o governo a grupos fisiológicos, tal como o que já ocorre hoje no governo Bolsonaro, só que de forma institucionalizada.”

Pré-candidata do MDB, a senadora Simone Tebet (MS) diz que uma mudança no sistema político precisaria ter origem na vontade popular.

“Eu particularmente até tenho uma simpatia pelo parlamentarismo, mas não pode ser a minha voz a dizer isso. O semipresidencialismo ou semiparlamentarismo, aí tanto faz [o nome], que é uma jabuticaba brasileira, que lá trás também tinha uma certa simpatia minha, ela tem que ser entendida no momento atual. Será que é isso mesmo que nós precisamos, de um semipresidencialismo com esse Congresso?”

Felipe d’Ávila, pré-candidato do Novo, critica o número de partidos políticos no país e defende uma reforma política que contemple o voto distrital misto e o aumento da cláusula de barreira.

“Com essas mudanças, pode-se discutir o sistema de governo, como o semipresidencialismo ou o parlamentarismo, que tem minha preferência”, diz.

A pré-candidata Vera Lúcia (PSTU) defende “uma grande mudança nesse sistema que esta aí, que serve aos grandes capitalistas que financiam os partidos”, mas considera que o semipresidencialismo é uma proposta oportunista do centrão e que não busca “dar mais liberdades e mecanismos democráticos ao povo.”

A Folha enviou questionamentos sobre o tema ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). A assessoria de Lula afirmou que o petista “ainda não definiu candidatura” e, por isso, não faria comentários. Já a Secom (secretaria de Comunicação) do governo não respondeu.

Ambos, porém, já se manifestaram publicamente sobre o assunto. No dia 19, em Londrina (PR), Lula criticou o Congresso e a discussão sobre a mudança de governo.

“Não conseguiram aprovar o parlamentarismo com dois plebiscitos, então vão tentar uma mudança na Constituição para criar o semipresidencialismo”, disse.

“Você elege um presidente, pensa que vai governar, mas quem vai governar é a Câmara, com orçamento secreto para comprar o voto dos deputados, para fazer todas as desgraceiras que estão fazendo.”

Já Bolsonaro, em novembro de 2021, disse que a ideia de discutir o semipresidencialismo era “idiota.”

“Tem certas coisas que é tão idiota que não dá nem para discutir. Agora, eu falo que jogo dentro das quatro linhas [da Constituição]. Quem sair fora, daí, eu saio, sou obrigado a combater o cara fora das quatro linhas”, disse no palácio da Alvorada.

A Folha também perguntou aos presidenciáveis sobre a atualização da lei do impeachment, defendida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Recentemente, ele assinou um ato que instituiu uma comissão de juristas para avaliar e propor uma revisão na legislação, que é de 1950. A comissão é presidida pelo ministro Ricardo Lewandowski (STF).

Ciro Gomes, Simone Tebet, João Doria e André Janones defendem a atualização da lei.

“Nós fizemos um impedimento com base num pretexto contábil que é absolutamente criminoso. Todos os presidentes do Brasil fizeram aquilo que a [ex-presidente] Dilma [Rousseff] foi acusada de fazer como crime de responsabilidade, que nunca foi”, afirma Ciro.

Doria afirma que a mudança pode ajudar “no amadurecimento político de partidos como o PT, que pediu o impeachment de todos os presidentes desde a redemocratização.” “Mas quando seu governo cometeu crime de responsabilidade inventou a fábula do golpe”, diz.

Para André Janones, a atualização é necessária e urgente. “Não é possível que o presidente da Câmara continue tendo o poder de decidir, sozinho, se inicia ou não o processo. Isso é absolutamente incompatível com a democracia, se assemelhando mais com regimes ditatoriais”, afirma.

Já Tebet e Moro dizem que a discussão deve ficar para outro momento.

Felipe d’Ávila, do Novo, diz ser favorável à atual lei. “Não podemos banalizar um instrumento, é para ser usado apenas em casos muito graves, como descrito na Constituição”, afirma.

Para Vera Lúcia, do PSTU, se for para mudar a lei do impeachment, é para deixá-la “mais democrática, tornando revogável o mandato tanto de presidente quanto dos parlamentares, (…) assim como estabelecer eleições diretas e não dar o mandato ao vice ou a outra pessoa não eleita. O povo deve decidir quem governa”.

Após a publicação da reportagem, o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), autor da PEC, divulgou nota dizendo que os presidenciáveis “demonstram total desconhecimento a respeito da matéria” e imputam ao semipresidencialismo “as mazelas típicas e inerentes do funcionamento de nosso atual sistema”.

FolhaPress

Você também pode gostar desses conteúdos

Férias de Bolsonaro custaram R$ 2,4 milhões aos cofres públicos, diz governo
Política

TCU aponta que Bolsonaro gastou R$ 21 milhões no cartão corporativo

por Redação
5 de junho de 2022
TRE nega pedido do UB para tirar Paulo Dantas da comunicação do Governo
Política

TRE nega pedido do UB para tirar Paulo Dantas da comunicação do Governo

por Redação
5 de junho de 2022
PSOL pede cassação de mandato de Arthur Lira por abuso de autoridade
Política

PSOL pede cassação de mandato de Arthur Lira por abuso de autoridade

por Redação
4 de junho de 2022
Sessão para cassar vereador por ‘quebra de decoro’ acontece na segunda (6)
Política

Sessão para cassar vereador por ‘quebra de decoro’ acontece na segunda (6)

por Redação
3 de junho de 2022
Bolsonaro veta Dia dos Povos Indígenas, que substituiria ‘Dia do Índio’
Política

Bolsonaro veta Dia dos Povos Indígenas, que substituiria ‘Dia do Índio’

por Redação
3 de junho de 2022

Deixe uma resposta Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Próximo Post

Casal é multada em R$ 760 mil por falta de abastecimento de água em Maceió

TRE nega pedido do UB para tirar Paulo Dantas da comunicação do Governo

TRE nega pedido do UB para tirar Paulo Dantas da comunicação do Governo

5 de junho de 2022
PSOL pede cassação de mandato de Arthur Lira por abuso de autoridade

PSOL pede cassação de mandato de Arthur Lira por abuso de autoridade

4 de junho de 2022

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Sem categoria

Governo Federal libera R$ 6,5 milhões para resposta às chuvas intensas em Maceió

5 de junho de 2022
Sem categoria

INSS prorroga experiência-piloto de perícias médicas a distância

5 de junho de 2022
Cultura

Artesanato Alagoano ganha novo espaço em shopping de Maceió

4 de junho de 2022

REDAÇÃO

(82) 98898-7444

folhadealagoas@gmail.com

ARQUIVOS

Disponível no Google Play

© 2021 | Folha de Alagoas.

Sem resultados
Exibir todos os resultados
  • INÍCIO
  • GERAL
  • INTERIOR
  • CULTURA
  • ECONOMIA
  • ESPORTE
  • POLÍTICA
  • REBULIÇO
  • CONTATO

© 2021 | Folha de Alagoas.

Utilizamos cookies essenciais e outras tecnologias semelhantes, ao continuar navegando, você concorda essas e outras condições de nossa Política de Privacidade e Cookies.