Polícia apreende R$ 6 milhões em bens de criminosos por golpes de empréstimo

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Redação

Nesta quinta-feira (28), uma operação da Polícia Civil de Alagoas desmantelou uma organização criminosa que usava a empresa MinasCred para aplicar golpes do empréstimo consignado em funcionários públicos. Os policiais apreenderam cerca de R$ 6 milhões em dinheiro e bens.

O grupo, acusado de estelionato, lavagem de capitais e organização criminosa, era liderado por uma mulher de 51 anos. Participavam também o marido dela, de 66 anos, dois filhos, um contador e laranjas que faziam os saques do dinheiro resultante do golpe.

A polícia acredita que mais de 100 pessoas tenham sido vítimas do crime, e revelou que a mulher, acusada de chefia o grupo, já atua desde 2005 no mercado, em Maceió.

O golpe, descoberto a partir de investigações que duraram cerca de dois anos, era aplicado a partir de atividades da empresa MinasCred, localizada na Rua Barão de Penedo, no Centro da capital, que funciona como uma empresa de empréstimos consignados a pessoas físicas, especialmente a servidores públicos.

Entre os bens apreendidos, estão três carros de luxo, uma casa (num condomínio de luxo na Serraria) e dois apartamentos (no Farol e na Pajuçara), também de luxo. Os mandados da 17ª Vara Criminal da Capital tiveram parecer favorável do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado (MPAL).

O golpe
De acordo com as investigações, servidores superendividados eram cooptados a realizar empréstimos consignados, mesmo sem margem consignável, a fim de quitar débitos com bancos e correspondentes, sendo que tais serviços fornecidos pela líder da organização onerava excessivamente os “clientes”, que além de concordarem com negócios dos quais não tinham qualquer noção de valores e juros, ainda eram obrigados a fornecerem senhas, abrirem contas e assinarem papéis, tudo às cegas.

Ao recepcionar as vítimas endividadas e sem margem consignável, os integrantes do grupo as convenciam pagar uma taxa de serviço de 15% sobre as dívidas já contratadas para em seguida contratar novo empréstimo, cujo valor nunca chegava a essas vítimas.

A elas, eram pagos apenas valores definidos pelo grupo criminoso. Para concretizar o golpe, eles diziam que liberariam a margem consignável, mas o novo empréstimo – com valores bem superiores – acabavam nas mãos dos golpistas.

Segundo o delegado Lucimério Campos, a estrutura da MinasCred era usada para essa transação e os valores eram creditados nas contas criadas apenas para receber o empréstimo. Em seguida, operadores da líder do grupo efetuavam saques e transferência para contas da estelionatária.

O delegado Lucimério Campos disse ainda que, com a divulgação do caso, outras pessoas vítimas do golpe podem comparecer à Secotap, no Complexo de Delegacias Especializadas (CODE), no bairro de Mangabeiras, para prestarem esclarecimentos sobre os fatos, e seus casos serem também objeto de análise e investigação pela unidade especializada da Polícia Civil alagoana.

*com Ascom PC-AL

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