Endividamento aumenta pelo segundo mês consecutivo e atinge 68,7% dos maceioenses

São Paulo - Comércio de rua reaberto após início da fase de transição do Plano São Paulo para combate à covid-19, no centro da capital.

Com a taxa de juros em 12,75%, a inflação acima dos 11% e o registro de 12 milhões de pessoas desempregadas, o endividamento das famílias maceioenses volta a indicar uma tendência de alta e apresenta crescimento pelo segundo mês consecutivo, afetando 68,7% dos moradores da capital alagoana. O cenário é apresentado na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência de Maceió (PEIC) de abril, realizada pelo Instituto Fecomércio, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Ainda segundo o levantamento, a inadimplência também cresceu e chega a 19% das famílias. Para o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Victor Hortencio, a pressão exercida pelo aumento das taxas de juros, inflação e desemprego tem causado bastante impacto no orçamento do maceioense. “Esse contexto potencializou sobremaneira a perda do poder de compra da população, fazendo com que o endividamento se tornasse uma das formas de manter o nível de consumo, o que, por sua vez, tem gerado um ciclo vicioso e preocupante de consumo ancorado no aumento das dívidas”, ressaltou.

Em números absolutos, na comparação entre março e abril, 10.369 maceioenses entraram para as estatísticas de pessoas com alguma dívida ativa, um acréscimo de 16%. No gráfico de pessoas endividadas com contas em atraso, houve um aumento de 6.837 inadimplentes, uma elevação de 13,3%.

Apesar do crescimento, os números locais permanecem abaixo da média nacional, que, de acordo com levantamento feito pela CNC, aponta que 77,7% dos brasileiros estão endividados, o maior registro em 12 anos, enquanto que a inadimplência já ultrapassa os 28%.

Em Maceió, entre as pessoas endividadas, 60% estão com o orçamento comprometido em prazo de 3 a 6 meses com compras parceladas ou financiamentos e mais de 80% já comprometem entre 11% e 50% do salário com dívidas. Nesse contexto, Hortencio ressalta que o limite recomendado para o comprometimento do orçamento com parcelas e dívidas é de 30%.

Em se tratando dos meios de endividamento, com 96,2%, o cartão de crédito permanece de forma quase absoluta como o principal meio utilizado para a geração de dívidas na aquisição de bens e serviços. O carnê, cuja utilização vem crescendo nos últimos meses, com 27,1%, permanece como a segunda modalidade mais utilizada pelo maceioense, ou seja, a cada 10 pessoas, três possuem carnê.

/Fecomércio
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