Arthur Lira nega relação com esquema de desvios de verbas em Rio Largo

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Redação

Após a divulgação de um inquérito da Polícia Federal sobre prováveis desvios de dinheiro público em Rio Largo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), se posicionou sobre o assunto nesta segunda-feira (01) e negou qualquer ligação com o esquema, que, segundo a PF, é articulado pelo prefeito Gilberto Gonçalves (PP).

Lira e Gonçalves são aliados de longa data e externam isso nas redes sociais e em outdoors, mas o deputado alagoano afirma que os parlamentares são responsáveis por indicar as emendas, mas não pela execução, assim como não fazem licitação, nem pagamento.

“Não é verdade. Imprensa precisa de responsabilidade no que publica. Eu sempre falei, sempre defendi o orçamento compartilhado por todos os parlamentares. Mais licito, mais correto. Parlamentar tem responsabilidade na indicação, não na execução”, comentou Lira à Jovem Pan.

“Não faz licitação, não faz pagamento, fiscalização. Para isso existem órgãos de controle e quem errar, órgãos estarão atentos. Que ilações não sejam propagadas com má fé e ma índole”, completou o presidente da Câmara.

O inquérito aponta que a Prefeitura Municipal recebia verbas federais de áreas como saúde, educação e assistência social, destinando os valores a pagamentos para duas empresas laranjas – Litoral Construções e Serviços Ltda e Reauto Serviços e Comércio de Peças -, e os recursos voltavam para o prefeito da cidade.

O desvio das verbas acontecia por meio de saques que eram feitos por funcionários das empresas em uma agência da Caixa Econômica Federal. Os valores eram entregues em caixas para funcionários e seguranças de Gilberto, sendo repassados ao prefeito como pagamentos de propina.

Câmeras de segurança e agentes da PF filmaram o esquema, que teria acontecido nos dias 30 e 31 de maio e 1º e 2 de junho, sendo R$ 49 mil sacados por dia. Os valores repassados às empresas chegam a R$ 18,4 milhões, de acordo com a Polícia Federal. Considerando o período de 2019 a 2022 da investigação, os desvios chegam a R$ 12 milhões.

A investigação também aponta que o município alagoana teria recebido R$ 16,7 milhões do chamado Orçamento Secreto, a partir de indicações de Arthur Lira nos últimos três anos, o que ele nega.

*com Agências

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