Redação*
Não é segredo que Arthur Lira (PP) apoia a reeleição de Jair Bolsonaro (PL). Em evento promovido por um banco, porém, o deputado sinalizou que, caso Lula (PT) vença, vai ter que viver harmonicamente com o petista por alguns meses, ao menos até a nova eleição para presidência da Câmara.
“O Arthur Lira presidente da Câmara ficará presidente pelo menos de outubro a fevereiro. Teremos ainda dois meses para a posse [do presidente da República] e um mês de convivência”, disse Lira, em palestra do banco BTG Pactual.
O alagoano também comentou sobre o que acha do possível retorno do petista e a relação com o parlamento.
“O presidente Lula tem vasta experiência política. Sabe todos os acertos que já fez, todos os erros que o partido dele já cometeu. Sabe que ele já enfrentou a Câmara e ganhou, sabe que já enfrentou e perdeu, e sabe as consequências disso”, afirmou.
No evento, Lira brincou que a pergunta “é perigosa” antes da eleição e que ele precisa ser eleito para mais um mandato de deputado federal antes de tentar a recondução para a presidência da Câmara.
Destacou ainda que tem o direito constitucional de concorrer novamente ao cargo e que tem essa vontade, mas disse que não provocará instabilidade no país se não conseguir ser reeleito.
O presidente da Câmara voltou a defender as emendas de relator, também conhecidas como “orçamento secreto”, dizendo que só os parlamentares sabem quais são as cidades que precisam de recursos e que os ministros, em Brasília, não têm esse conhecimento.
Ele argumentou que R$ 16 bilhões seriam pouco perto de um orçamento de R$ 3 trilhões e que o problema é o alto grau de indexação do orçamento público.
Lira desconversou sobre tornar impositivo o pagamento das emendas de relator e disse que essa é uma “pauta bicameral, que precisa de um consenso muito grande” entre Câmara e Senado.
Afirmou que essa proposta foi de iniciativa da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e que as emendas de relator estão sendo aperfeiçoadas e precisam de “regras mais claras”.
com Agências
