Redação
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), negou ter interferido na Polícia Federal para o afastamento do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB). Ele destacou que a operação desta terça-feira (11) teve o aval do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Segundo o deputado, ficou claro por que o senador Renan Calheiros (MDB) quer mudar a chefia da PF em Alagoas. “Toda vez que ele ou alguém de seu grupo é apanhado praticando o malfeito, me acusa para tentar encobrir suas safadezas. Foi o STJ que viu fortes indícios de corrupção e determinou o afastamento do governador de Alagoas”, disse Lira.
“Ele ainda alega que não seria competência do STJ analisar o caso. Deveria saber que os governadores de estados são da alçada do STJ. Mas, ao que parece, Renan quer mesmo é esconder embaixo do tapete as denúncias de corrupção que envolvem o seu grupo político e manter o poder em Alagoas”, completou o deputado.
Pelo Uol, Lira foi questionado sobre a operação policial que afastou Dantas ter ocorrido em meio ao segundo turno da eleição, em que o emedebista figura como líder nas pesquisas. O adversário é o senador Rodrigo Cunha (UB), aliado do presidente da Câmara.
A investigação ocorre desde pelo menos 2017. Em 5 de agosto, entrou uma nova superintendente da Polícia Federal em Alagoas, Juliana de Sá Pereira, e dias depois foi despachado o pedido de providências no processo.
Lira disse que não tem ligação com o superintendente que saiu nem com a que entrou, mas ressaltou que houve autorização da ministra do STJ, Laurita Vaz, para afastar o governador e realizar as ações de busca e apreensão.
“Qualquer político de Alagoas sabia que essa operação em mais dia ou menos dia ia acontecer”, acrescendo que “o senador Renan mandou muito tempo na polícia federal quando foi ministro da Justiça, mas agora não manda mais”.
*com Agências
