Chefe da SMTT revela situação e planos sobre a mobilidade urbana de Maceió

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Leonardo Ferreira

Entrevistado do programa (A)Ponte, o superintendente de Transportes e Trânsito de Maceió, André Costa, avaliou o atual quadro da mobilidade urbana na capital e revelou os planos e obras em andamento visando melhorar a locomoção da população.

No início, ele relembrou que encontrou muitos problemas deixados pela gestão anterior, sobretudo pela falta de controle acerca da realidade que vive Maceió. Após organizar a casa e determinar estudos sobre cada área, ele destacou avanços, porém, citou pontos a aprimorar.

Indústria da multa
Sobre Maceió ser conhecida como indústria da multa, conforme se dizia em gestões anteriores, André negou que existam objetivos de arrecadação por meio das infrações. Segundo ele, há um problema geral no Brasil de falta de educação, respeito e empatia, por isso, o excesso de penalizações.

“O que eu sempre oriento aos agentes é que cumpram a lei corretamente e que tenham também bom senso. Infelizmente, o que a gente percebe em Maceió é que como alguns falam, é uma indústria de infratores. Quem anda nas ruas percebe condutores praticando infrações de trânsito, avançando semáforos, estacionando em esquinas, enfim”, comentou.

Igualmente citou a quantidade de uso indevido, atestada por dados, da faixa exclusiva de ônibus, a chamada faixa azul, comentando que, quando os agentes estão na fiscalização in loco, o tempo das viagens do transporte coletivo reduz em cerca de 15 minutos.

Como melhorar o trânsito
Os principais fluxos da capital se referem à ida da parte alta à baixa e vice-versa, caminho que possuía três alternativas: via Serraria, Farol ou Bebedouro, sendo esta última comprometida com o Caso Braskem.

Para amenizar, André disse estar investindo na parte tecnológica, como semáforos inteligentes, bem como em novas obras e medidas.

O superintendente citou que já está em andamento uma grande obra na Avenida Fernandes Lima, cuja previsão de entrega é de 1 ano e 6 meses, com a ampliação das faixas laterais onde ficam o Ibama e o Bompreço, que vão seguir até o viaduto da PRF. Passarão de seis para 10 faixas transitáveis.

Atualmente, está na fase de drenagem e vai aproximar a pista dos imóveis. “Não vai precisar desapropriar, porque ali é uma rodovia federal e já está aprovado tudo. Tem a faixa de domínio e espaço para ampliar. Hoje, o pessoal usa como estacionamento, mas pertence à União”, lembrou.

Transporte público
André voltou a criticar a forma como se geria a pasta, pois não existia a menor noção de quanto custava o sistema de transporte público. Para subida do preço da passagem, por exemplo, era um chute, uma escolha arbitrária, segundo ele. Isto é, ficava somente a cargo das empresas, que possuíam os dados.

Diante disso, houve um estudo profundo no setor para entender os custos. Com investimentos de ajuste e tarifa mais em conta, houve a subida de 3 milhões de passagens pagas por mês no começo de 2021 para superar quase 4 milhões hoje.

Ele também opinou sobre medidas para combater a superlotação típica dos horários de pico, especialmente com a disponibilização de mais veículos aos cidadãos.

“Serão mais 104 ônibus até abril do próximo ano, já com ar-condicionado, mais vagas para cadeirantes, portas USB, além de Wi-Fi. Tudo isso também para atrair mais passageiros”, afirmou André.

Neste domingo de segundo turno (30/10), será mantida a gratuidade nos coletivos, com acréscimo de 50% na frota, informou o gestor.

Ciclovias
O superintendente mencionou que pegou boa parte da malha cicloviária destruída e desconectada, ou seja, a faixa vai até certo local, mas em determinado momento, não tem como continuar. Apontou que estão em andamento algumas obras para ampliar o percurso em diversos bairros, como no Farol e no Benedito Bentes.

“Estamos também com um processo em andamento junto à Secretaria de Gestão para contratação de bicicletas compartilhadas, para que a gente espalhe pela cidade e torne mais acessível, estimulando as pessoas. A gente sabe das dificuldades, não dá para comparar com a Europa, mas mesmo assim vamos dar oportunidade às pessoas para que usem esses veículos”, disse o chefe da SMTT.

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