Redação*
O Ministério Público de Alagoas instaurou procedimento para investigar possível negligência na morte de um bebê no Hospital Regional de Arapiraca, em dezembro do ano passado. A mãe Joyce explicou que estava grávida de gêmeos, mas a equipe médica disse que o primeiro não se desenvolveu, enquanto o segundo faleceu três dias após o parto.
Joyce estava com gestação de oito meses quando a bolsa rompeu e as equipes médicas teriam tentado um parto normal. Não logrando êxito, teriam decidido pelo cesariano. Ela denuncia que não foi permitida a entrada do pai para acompanhar o nascimento, e que a criança estaria aparentemente bem quando a apresentaram, inclusive chegando a fotografá-lo.
Mas em seguida teria sido surpreendida com a ida dele para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Joyce disse que chegou a visitá-lo e, diferentemente da hora do parto, ele estaria com hematomas e a cabeça enfaixada.
O caso teve grande repercussão e, conforme denúncia do casal, teria ocorrido desleixo por parte dos médicos, visto que, segundo a mãe, o bebê teria nascido sem visíveis problemas.
“A denúncia chegou até o Ministério Público, é muito grave e exige que adotemos providências. Queremos, enquanto protetores da cidadania, que tudo seja devidamente apurado e nos sejam apresentadas provas convincentes de que não houve a negligência defendida pela mãe. Então, entendemos que era preciso ir além de uma notícia de fato e evoluímos para o procedimento administrativo pelo qual manteremos acompanhamento minucioso”, explica a promotora Viviane Farias.
Os representantes ministeriais remeteram ofício ao Conselho Regional de Medicina de Alagoas (CRM/AL) para que, de posse de todas as peças que lhes serão encaminhadas, apurem as condutas adotadas pelos profissionais médicos. O propósito do MP de Alagoas é a clareza, bem como a elucidação do caso, dando a resposta precisa aos pais e à sociedade que se comoveu com os seus relatos.
Além de acionarem o CRM, os promotores também solicitaram que a secretaria Municipal de Saúde de Arapiraca assegure atendimento psicológico à parturiente.
*com MP/AL