Militantes pressionam Lula por demissão de primo de Lira do Incra Alagoas

César Lira, atual chefe do Incra Alagoas. Reprodução/Instagram

Redação

Militantes dos movimentos sociais não estão nada feliz com a postura do presidente Lula (PT) em não exonerar César Lira do comando do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Alagoas. A invasão ao prédio da autarquia é a demonstração clara dessa insatisfação.

César Lira é primo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), e está na chefia do Incra desde 2017, no governo Michel Temer (MDB). À época, César foi indicado pelo então ministro do Turismo, deputado federal Marx Beltrão (PP). Depois, mantido pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).

Com a vitória de Lula, a expectativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) era pela mudança na superintendência, o que ainda não aconteceu. Militantes questionam o porquê da morosidade de Lula, já que César é visto como bolsonarista de carteirinha.

O apadrinhamento de Arthur Lira é logicamente citado. O MST deseja a nomeação imediata do engenheiro José Ubiratan Rezende Santana, simpatizante do movimento.

Além de César, outro primo do presidente da Câmara, o ex-prefeito de Teotônio Vilela, Joãozinho Pereira, segue firme no comando local da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), mesmo com críticas dentro da ala petista.

Sobre o assunto, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) informou que todas as nomeações para as superintendências regionais do Incra e para os escritórios estaduais da pasta estão sendo tratadas na Casa Civil da Presidência da República e na Secretaria de Relações Institucionais.

“O MDA tem trabalhado pela retomada do programa de reforma agrária no Brasil, paralisado nos últimos anos, e está aberto ao diálogo com toda a sociedade”, afirmou em nota. A pasta disse ainda que se reunirá com lideranças dos movimentos sociais do campo de Alagoas para receber a pauta de reivindicações.

Leia mais: MST entra na sede do Incra em Alagoas e cobra saída do superintendente

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