Mochilas vazias na Esplanada lembram crianças mortas em escolas

No dia da votação da PL das Fake News (PL 2630/20), a Avaaz realizou, na manhã desta terça-feira (2), uma manifestação relembrando as crianças assassinadas em massacres realizados em escolas. Mochilas vazias foram espalhadas ao longo do gramado do Congresso Nacional.

Os objetos, segundo a organização, representam os 35 jovens mortos em unidades de ensino vítimas de ataques desde 2012. A instituição que organizou o protesto, a Avaaz.org, é uma rede para mobilização social global por meio da internet.

A realização da manifestação ocorre, enquanto a Câmara dos Deputados se prepara para analisar, nesta terça-feira (2), o projeto de lei das Fake News, que se for aprovado, tornará crime a divulgação de informações falsas na internet.

Em uma publicação, a Avaaz pontuou que em uma pesquisa encomendada pela própria organização, ficou explícito que 93,7% dos entrevistados acreditam que as redes sociais não são seguras para crianças e adolescentes. Outros 75% disseram que a regulamentação das redes sociais contribuiu para os recentes massacres nas escolas brasileiras.

Veja outros dados da pesquisa:

  • 94% dos brasileiros e brasileiras acredita que as redes sociais são prejudiciais para crianças e adolescentes;

  • 78% dos brasileiros e brasileiras quer uma lei para regulamentar as redes sociais;

  • 74% acha que a falta de regulação contribuiu para os recentes ataques em escolas em vários estados do país;

  • 73,8% dos evangélicos e 78,4% dos católicos que responderam à pesquisa são a favor da regulação das redes sociais;

  • 61% dos eleitores de Bolsonaro também quer a regulação.

Laura Moraes, diretora de campanhas da Avaaz, afirmou que a campanha visa mirar na proteção das crianças de massacres, além de buscar proteger a democracia.

“Esta lei é sobre proteção. É sobre proteger nossos filhos e filhas de massacres, nossas famílias da polarização, nossa democracia de ataques e a nossa saúde de notícias falsas. É para todos os brasileiros e brasileiras que os parlamentares devem aprovar o projeto de lei 2630/20”, disse Laura.

PL das Fake News

O relator do projeto, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), apresentou a exposição final do projeto, na semana passada ao presidente Arthur Lira (PP-AL). Lira, por sua vez, se reúne com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta terla-feira.

O regime de urgência foi aprovado na última terça-feira (25/4), com margem mínima, diante de intrigas envolvendo quebra de acordo com lideranças partidárias. A medida só passou graças à “tratorada” de Lira. Isso permite a análise do PL 2630/2020 sem necessidade de discussão em Comissão Especial.

Parlamentares contrários a pontos da atual proposta se articulam em torno de um substitutivo e mexem suas peças para apresentar uma alternativa ao texto.

Parlamentares que endossaram a urgência já disseram ser contrários ao mérito do texto. Diante disso, a oposição trabalha com um cenário no qual o relatório de Orlando Silva não prosperará até a votação final.

Sabe-se que até a tarde desta terça, quando está prevista a votação do mérito do projeto, Orlando seguirá conversando com os colegas. Na manhã do dia de votação, o relator ainda deve se encontrar com lideranças.

/Metrópoles

Sair da versão mobile