O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), postergou a reunião para falar sobre o novo arcabouço fiscal. O encontro com técnicos, líderes de partidos e o relator do projeto, Cláudio Cajado (PP-BA), será realizado apenas na próxima segunda-feira (21).
A discussão sobre as mudanças feitas pelo Senado e alinhamento do texto para nova votação na Casa seria realizada na última segunda-feira (14), mas foi cancelada porque Lira se incomodou com o teor da entrevista de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, ao jornalista Reinaldo de Azevedo, em que o ministro comentou que a “Câmara está com um poder muito grande” e que não pode usá-lo para humilhar o Senado e o Executivo.
“A reunião que haveria na segunda-feira, ontem, ficou para próxima segunda feira, dia 21, para que possamos tirar as dúvidas e equacionar o texto que eu vou apresentar”, afirmou Cajado.
Prazos
A postura do presidente da Câmara pode comprometer o planejamento do Executivo para 2024, tendo em vista que o Orçamento tem de ser apresentado pelo governo ao Congresso até 31 de agosto.
“Não existe compromisso de calendário. Feita reunião na segunda feira, vamos consensualizar o texto, e a partir daí a pauta de quando entrará em votação no plenário será definida pelo colégio de líderes e o presidente”, continuou o relator do texto.
Nos bastidores do Congresso, comenta-se que a demora do líder da Câmara para analisar e votar o arcabouço fiscal é uma forma de forçar uma reforma ministerial para que o governo conceda pastas ao PP, partido de Arthur Lira, e ao Republicanos em troca de apoio. Especula-se ainda que Lula vai resolver a reforma ministerial também esta semana.
Agências
