PF prende comandante da PM-DF e mais seis por omissão a atos golpistas

Klepter assumiu o maior cargo da PMDF durante a intervenção federal. Agências

A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República deflagraram nesta sexta-feira uma operação contra a alta cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF). Sete integrantes da corporação foram presos: o atual comandante-geral, coronel Klepter Rosa Gonçalves, o ex-comandante Fábio Augusto Vieira e outros cinco oficiais que tinham postos de comando na instituição durante os atos golpistas de 8 de janeiro.

Eles são suspeitos de se omitirem no planejamento e execução da operação preparada para acompanhar os manifestantes que invadiram as sedes dos Três Poderes da República. Além das sete prisões preventivas, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão.

Quem são os integrantes da PM-DF investigados pela PF?
Os outros investigados são o coronel Jorge Eduardo Naime, o coronel Paulo José Ferreira, o coronel Marcelo Casimiro, o major Flávio Silvestre de Alencar e o tenente Rafael Pereira Martins. Todos eles exerciam cargos de comando e atuaram no planejamento da ação do fim de semana do dia 8.

Ainda na manhã desta sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de bens dos oito envolvidos da alta cúpula da PM-DF. A determinação atinge contas bancárias, carros, bens imóveis e eventuais navios e aeronaves em nome dos investigados.

Quem são os alvos da PF:
– Coronel Jorge Eduardo Naime;
– Coronel Fábio Augusto Vieira;
– Coronel Klepter Rosa Gonçalves;
– Coronel Paulo José Ferreira;
– Coronel Marcelo Casimiro;
– Major Flávio Silvestre de Alencar;
– Tenente Rafael Pereira Martins.

As ações são um desdobramento de uma investigação conduzida pela PGR, que denunciou e pediu a prisão preventiva dos sete oficiais. Os mandados foram pedidos pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos e foram atendidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Segundo nota da PGR, há “provas já identificadas e reunidas na investigação que apontam para a omissão dos envolvidos”. A procuradoria afirmou que alguns alvos trocaram mensagens com teor golpista durante as eleições de 2022 e que havia “contaminação ideológica” da parte de alguns oficiais, “que se mostrou adepta a teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e teorias golpistas”.

O subprocurador também apontou que o comando da PM tinha ciência das movimentações golpistas no acampamento montado em frente ao quartel-geral do Exército por manter oficiais de inteligência infiltrados no local desde o ano passado.

“Há ainda menção a provas de que os agentes – que ocupavam cargos de comando da corporação – receberam, antes de 8 de janeiro de 2023, diversas informações de inteligência que indicavam as intenções golpistas do movimento e o risco iminente da efetiva invasão às sedes dos Três Poderes”, diz o texto publicado pela PGR.

OGlobo

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