Urbanista critica falta de estudo sobre impacto de roda gigante na Pajuçara

Reprodução

Leonardo Ferreira e Nycole Melo

A instalação da roda gigante na Praça Multieventos, no bairro Pajuçara, vai ser a nova atração turística promovida pelo prefeito JHC. Contudo, a ausência de estudos por parte da gestão municipal sobre o impacto na região é motivo de críticas de especialistas em urbanismo.

O arquiteto e professor Dilson Ferreira, que também é vice-diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), estudou todo o edital e se deparou com a falta de uma análise detalhada em relação às implicações da roda gigante no local e seu entorno.

“Li do começo ao fim e, assim, ela está sendo implantada numa região da Pajuçara onde não houve estudo sobre o impacto de vizinhança. Está previsto no estatuto das cidades, nas leis ambientais que ali não pode ser colocada uma roda gigante sem fazer um estudo”, destacou.

Dilson citou que não é contra equipamentos turísticos, pelo contrário, são importantes para a cidade, pois geram empregos e outros benefícios, mas tem que saber onde realmente colocar.

“Ali, naquele local da Pajuçara, está se colocando um equipamento privado numa área pública que já é estreita e tem vários problemas. E tem uns quiosques que vão se fazer nesse projeto, que, pelo que eu vi, estão na área de restinga e de proteção ambiental, então, não pode”, acrescentou.

Em alternativa, foi citada a possibilidade do Jaraguá como um local mais apropriado. Tal definição se daria através de estudo e realização de audiência pública, e não de maneira arbitrária por parte da prefeitura.

Vera Arruda

Dilson Ferreira também é contra a abertura do Corredor Vera Arruda. “Não é solução. Trata-se de um parque e, inclusive, faço um apelo para transformar via decreto em um espaço que não pode ser mexido. A gente tem pouca área verde na cidade e precisa daquilo ali”.

Para ele, existem dois grandes problemas na cidade de Maceió: mobilidade e questão ambiental, citando as questões envolvendo Braskem, mercado imobiliário, contenções marítimas, uso do solo. Por isso, ressaltou a importância do Plano Diretor, ainda em discussão e atrasado há anos.

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