‘A Braskem também passou por aqui’: documentário mostra luta de moradores dos Flexais

Pré-lançamento aconteceu na noite do último sábado (7), no acampamento, onde permanecem em vigília há 26 dias

Redação*

Na noite do sábado (07) aconteceu o Pré-lançamento do segundo documentário do Cineasta Carlos Pronzato sobre o caso Braskem: “A Braskem também passou por aqui: a tragédia dos Flexais”. E o lugar escolhido para a sua primeira apresentação foi justamente o acampamento montado pela população afetada, em frente ao portão da unidade da Braskem em Bebedouro, ao lado do Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, onde resistem em vigília há 26 dias.

O documentário aborda o drama vivido pelos moradores dos Flexais, como também a sua trajetória de luta por justiça através da busca por amparo legal por meio da Ação Civil Pública proposta pela Defensoria Pública do Estado de Alagoas e da busca de base técnica e científica com os estudos realizados por vários especialistas que comprovam a necessidade de realocação urgente dessas famílias.

O desastre socioambiental urbano de Maceió, causado pela Braskem, não se limita ao Mapa de Risco elaborado pela Defesa Civil de Maceió. Embora este Mapa de Risco seja constantemente questionado por diversos estudos que apareceram depois de sua elaboração, mostrando que a movimentação do solo continua acontecendo, inclusive na Laguna Mundaú, que tem no seu solo diversas Minas, tendo sido subtraído do seu habitat mais de 17 hectares de mangue.

Os efeitos do desastre se manifestam além do afundamento do solo, das rachaduras das casas dos moradores, eles acontecem no ilhamento socioeconômico de comunidades que ficaram depois da migração de mais de 60 mil moradores que se deslocaram da região, do fechamento de mais de 4,5 mil negócios e do desemprego de mais 30 mil trabalhadores, deixando os que ficaram com suas moradias desvalorizadas e os negócios existentes sem clientes e consequentemente falidos.

O caso dos Flexais é uma dessas áreas que ficaram ao lado de áreas como das Quebradas, da Rua Marquês de Abrantes, da Rua Santa Luzia da Vila Saem, além da situação do Bom Parto e áreas adjacentes à Gruta do Padre; e as áreas do entorno próximas e mais distantes.

Nos Flexais, ficou a metade da área, que se antes tinha problemas, esses problemas só se agravaram de modo progressivo. As soluções propostas em torno da revitalização são totalmente deficientes e insatisfatórias para estas famílias. Somente com a retirada dessas pessoas dessas áreas, com indenizações justas e sua reparação integral é que estas terão seus anseios e necessidades atendidos, resgatando de forma plena sua a dignidade humana, que foi vilipendiada pela mineradora.

*Com assessoria

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