O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a sua relação com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está estremecida e criticou a postura política do seu ex-ministro.
“Não, não está tudo certo. Eu não mando no Tarcísio. É um baita de um gestor. Politicamente, dá suas escorregadas”, disse.
A declaração do ex-presidente foi dada nesta quinta-feira (16) e expôs de forma mais direta a relação pouco harmônica com seu afilhado político e considerado um potencial “herdeiro” do bolsonarismo em 2026 — o ex-presidente já foi condenado à inelegibilidade por oito anos em duas ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A reforma tributária foi o ápice das discordâncias entre os dois. Tarcísio, que foi ministro da Infraestrutura de Bolsonaro e se elegeu governador com o nome do ex-presidente, apoiou a reforma desde o começo da tramitação e tentou persuadir o ex-chefe a acompanhá-lo.
Por outro lado, Bolsonaro se empenhou até o fim na rejeição da proposta. A reportagem flagrou mensagens enviadas pelo ex-presidente durante a sessão de votação no Senado em que ele pedia aos parlamentares que fossem contra a proposta. A PEC da reforma tributária foi aprovada por 53 a 24 na Casa, nos dois turnos de votação.
Na entrevista de ontem à Rádio Gaúcha, Bolsonaro disse que “jamais faria certas coisas que ele [Tarcísio] faz com a esquerda”, mas reconheceu que, como governador, ele “depende do governo federal” e “não pode se afastar”.
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