Hospital salva vida de jovem que descobriu problema cardíaco no Crossfit

Foto: Marco Antônio

Submetido às pressas a uma cirurgia cardíaca, o engenheiro mecatrônico, Raphael Khayke, de 30 anos, descobriu uma disfunção genética cardíaca, ao praticar um treino da modalidade Crossfit.

O procedimento batizado de Bentall de Bono foi realizado na sexta-feira (22) no Hospital do Coração Alagoano Professor Adib Jatene, localizado no bairro Cidade Universitária, em Maceió, e durou cerca de 7 horas.

A intervenção visou corrigir a dissecção da aorta ascendente, envolvendo a substituição da porção afetada da aorta, por um tubo de dacron, além da substituição da válvula aórtica.

O procedimento de dissecção aguda de aorta na rede hospitalar privada custaria R$ 600 mil, e ocorreu por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Durante a alta, o paciente relembrou que estava realizando um movimento de handstand push up [flexão de cabeça para baixo] quando sentiu fortes dores de cabeça, palpitações no coração e a vista escurecer.

“Após sentir os sintomas que não eram comuns, falei com meu treinador o que estava sentindo, fui para casa e depois para UPA [Unidade de Pronto Atendimento], mas não foi possível fechar o diagnóstico, porque a aorta ainda não tinha sido perfurada”, relatou.

Dois dias depois ele voltou a repetir o movimento e sentiu novos sintomas. Ao ser encaminhado à UPA novamente, foi diagnosticado com dissecção aguda de aorta, com a necessidade de cirurgia urgente.

“Repeti o movimento no treino e senti os mesmos sintomas, só que com a respiração ofegante. Pensei que era crise de ansiedade e, ao longo do dia, fui tentando melhorar. Depois pedi ao meu pai que me levasse à UPA novamente e, com isso, já me encaminharam ao médico. Após a realização de exames, acusou o problema no coração. Daí fui transferido para o HGE e, logo depois, ao Hospital do Coração Alagoano, onde realizei a cirurgia”, salientou Raphael.

Emocionado, ele ressaltou que, por levar uma vida considerada saudável, não esperava ser acometido por um problema cardíaco.

“Eu tenho uma vida saudável, pratico esportes todos os dias e não esperava ter esse problema. Segundo o médico, eu tinha 50% de chance de vida. É um problema genético e, em algum momento, iria estourar. Acabou estourando agora. Só deu tempo de me despedir dos meus pais, de ninguém mais, e eu entreguei na mão de Deus, mas, graças a Ele e aos médicos, deu tudo certo”, agradeceu.

Responsável pela cirurgia, o médico cardiologista Kleberth Tenório, destacou que, após a recuperação total, o paciente poderá retornar a realizar exercícios físicos normalmente.

“É importante observar que depois da cirurgia, o paciente Raphael está apto a ter uma vida normal, retornar às atividades físicas e ter uma vida absolutamente igual à que levava antes, mas, sendo acompanhado pela cardiologia”, disse.

/Assessoria

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