Psicóloga alerta para os sinais da depressão

Foto: Reprodução

Maria Clara Gomes*

A depressão é um transtorno mental grave, geralmente associado à perda do prazer, ao isolamento, irritabilidade e culpa, afetando a forma como a pessoa enxerga o mundo e age no dia-a-dia. A doença pode causar variação no apetite e, consequentemente, no peso, insônia e sintomas físicos sem justificativa médica prévia.

A psicóloga Sílvia Patrícia explica que os sintomas “precisam ter uma prevalência de pelo menos duas semanas”. Além disso, os profissionais da área necessitam de pelo menos cinco dos sinais mais comuns para caracterizar o transtorno. Ainda segundo Sílvia, “fatores biológicos, psicossociais e genéticos podem estar associados, causando o desenvolvimento da doença”.

A gravidade do transtorno, assim como a sua frequência e duração podem variar conforme cada pessoa. Entretanto, é consenso entre as organizações de saúde que o consumo de substâncias psicoativas e ingestão de álcool na infância e adolescência tem relação direta com o agravamento da depressão e suicídio entre os jovens.

Um estudo realizado por alunos do Centro Universitário Tiradentes (Unit), em 2017, com o objetivo de traçar o perfil epidemiológico do suicídio em Alagoas entre os anos de 2005 e 2014, a partir de dados sociodemográficos e de internação hospitalar do DATASUS, revelou que, no estado, a maior frequência de suicídio ocorreu em homens (77,41%), entre pessoas solteiras (56,43%), pardos (76,6%) e na faixa etária de 20 a 29 anos (26,75%).

Sinais de alerta

Apesar das especificidades em cada indivíduo, o Ministério da Saúde lista alguns sintomas comuns que podem servir como alerta para a depressão:

Diagnóstico e tratamento

Não existem exames laboratoriais específicos com capacidade para confirmar a depressão. Dessa forma, o diagnóstico só pode ser feito por um especialista, psicólogo ou psiquiatra, a partir da coleta do histórico familiar e a realização de alguns testes para avaliar o estado mental daquela pessoa.

De acordo com Sílvia, existem vários eventos que podem ser gatilhos para um episódio depressivo. A morte de uma pessoa próxima, a ruptura de relacionamentos e a demissão do emprego são causas muito comuns.

“Eu trabalho muito com pacientes que têm uma certa resistência com a aposentadoria. Eles percebem essa etapa como a caracterização da inutilidade e acabam realmente entrando em depressão por conta de uma percepção equivocada”, disse.

A depressão é um transtorno mental que tende a ser crônico e recorrente, principalmente quando não é tratado e, por isso, requer um cuidado multiprofissional.

“(O processo) não vai ser feito só com psicólogo, não vai ser feito só com psiquiatra, tem que ser um trabalho conjunto da psicologia e psiquiatria. E, às vezes, com outras especialidades que podem acrescentar mais camadas para que a gente tenha um planejamento terapêutico eficiente. Um exemplo seria o nutricionista para direcionar a dieta desse paciente”, explica Sílvia.

O tratamento da depressão, muitas vezes, requer o uso de medicamentos. E como cada ser humano é singular e apresenta características únicas, um antidepressivo que é eficaz para um paciente pode não surtir efeito em outro. Sendo assim, é necessário o monitoramento de um especialista, a fim de estabelecer um plano terapêutico e abordagem medicamentosa personalizada levando em conta a faixa etária, o ambiente em se vive, histórico familiar e as características individuais de cada um.

Serviços de emergência:

Serviços da Rede de Atenção Psicossocial:

*Estagiária com supervisão

Sair da versão mobile