Alagoano é mais inteligente que 99% da população mundial

Família solicita apoio do poder público para que o filho consiga atingir todo o seu potencial

Foto: Reprodução

Maria Clara Gomes*

Pietro Augusto Pavani Mello, é um maceioense de apenas 9 anos de idade, que está chamando a atenção devido a sua inteligência. Com um QI de 148, colocado no grupo de 0,1% da população mundial, o jovem é agora membro da Intertel, uma sociedade exclusiva para pessoas com alto QI, que conta com o seleto número de 154 membros no Brasil e 1842 membros em todo o mundo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 5% da população mundial possui algum tipo de alta habilidade. No âmbito nacional, o Censo Escolar 2020, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), revelou que cerca de 24.424 estudantes detêm perfil de superdotação.

Diogo Mello e Vanessa Mello, pais de Pietro, contaram que o filho começou a se destacar muito cedo. “Ele aprendeu a andar com 4 meses. Com 1 ano e 8 meses já montava quebra-cabeças indicados para crianças de idade maior que a sua. No 3º ano do fundamental, ganhou medalha nas Olimpíadas Canguru de Matemática, mesmo sem preparação prévia”.

O jovem, que mesmo com a pouca idade já está no 7º ano, teve experiências ruins na escola devido a sua alta capacidade. Pietro não era bem aceito pelos colegas e professores que achavam que havia algo de errado com ele.

“Nosso filho chegou a ser suspenso por situações causadas por outros, o que por fim resultou em uma reunião da coordenação conosco. Nessa ocasião, eles indicaram que Pietro tinha TDH e TDA, que precisava de um acompanhamento de um Terapeuta Ocupacional e de medicação. Estranhei que a escola estava diagnosticando dessa forma”, relatou o pai.

Devido aos problemas com a instituição, os pais de Pietro mudaram o filho de escola. No novo colégio, o jovem é muito bem tratado e gosta muito dos amigos e funcionários do local.

A família então entrou em contato com a dra. Olzeni Ribeiro, especialista em educação de superdotados, e levou Pietro para sessões no Distrito Federal. Em setembro de 2023 começaram os testes e, em dezembro do mesmo ano, foi identificado que o jovem garoto tem um QI de 148, com um percentil de 99,9. Resultado que o coloca no grupo de 0,1% do mundo.

A dra. Ribeiro explicou aos pais que o pequeno possui idade cognitiva de 16 anos e 10 meses, apresentando condições de ir direto para o ensino médio, algo que dificilmente alguma escola aceitaria. 

Em janeiro de 2024, Pietro foi aceito como membro da Intertel, uma sociedade para pessoas com pontuação de QI superior a 99% da população mundial. Recentemente, também foi aceito na Mensa Brasil, outra entidade que reúne pessoas de altas capacidades intelectuais e uma das mais restritas.

APOIO FAMILIAR

O desafio de criar filhos superdotados intelectualmente vai além da simples aceitação de suas habilidades. A partir das suas experiências, os pais de Pietro explicam sobre a importância do apoio na jornada de um jovem prodígio.

Foto: Reprodução do Instagram

“Sabemos que a sociedade imagina que um superdotado já vem com as informações no cérebro, mas o que eles têm é um imenso potencial”, disse a mãe.

Ao lidar com as expectativas sociais e acadêmicas associadas a um filho superdotado, é necessário se concentrar no desenvolvimento individual da criança. Cada um tem um imenso potencial, mas a sociedade muitas vezes espera demais deles. Diogo e Vanessa apontam para a importância de levar em conta os objetivos pessoais de cada um, permitindo que desenvolvam seus talentos.

“Vamos fazer o que pudermos para que ele possa ser o que pretende. Ser médico, engenheiro, astronauta, acadêmico ou qualquer outra profissão. O importante é ele se sentir realizado”, falou Diogo.

Os desafios de identificar as crianças superdotadas e proporcionar as oportunidades para alcançar seu potencial máximo ainda são grandes. Por isso, é essencial o apoio do poder público, especialmente em Alagoas, onde essa ajuda ainda é escassa.

“Em outros estados tem escola e cursos que dão bolsa de ensino para essas crianças, o que ajuda muito porque é muito caro para oferecer tudo que essas mentes brilhantes precisam”, explicou Vanessa.

@pietropavanimellobr

SER UMA CRIANÇA SUPERDOTADA
Para Pietro Augusto, seus interesses nos estudos incluem uma grande esfera disciplinar. Da história à astronomia, da matemática à química, seu gosto por história e geografia também o levam ao mundo complexo da geopolítica.

Quando questionado sobre a carga devido à sua condição, Pietro diz não se sentir pressionado. Ele atribui essa liberdade aos seus pais, que não o obrigam a nada, apenas o incentivam a explorar seus interesses e paixões.

“Isso (ser superdotado) não me afeta. Os meus pais não me obrigam a fazer nada, só me incentivam. Eles me ajudam nas aulas quando necessário e perguntam sobre o que eu gosto de estudar”, explica.

No entanto, o jovem possui uma variedade de interesses que vão além dos estudos. Sua paixão se estende aos videogames, desde títulos focados em construção e interação com outros jogadores, como Minecraft e Roblox, até jogos de futebol, como Fifa, e heróis e magia, como Hogwarts Legacy. E jogos de tabuleiro como xadrez, War, Uno, Jogo da Vida e Banco Imobiliário.

CARACTERÍSTICAS

De acordo com a cartilha “Saberes e práticas da inclusão” disponibilizada pela Secretaria de Educação Especial, em 2006, existem características que podem indicar uma eventual superdotação.

É importante frisar que os superdotados são um grupo altamente heterogêneo e nem sempre irão apresentar todas as características listadas abaixo, sendo algumas mais típicas de uma determinada área do que outras.

/Estagiária com supervisão

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