*Redação
Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, confirmou à PF que Jair Bolsonaro apresentou uma minuta de decreto para instaurar um estado de defesa no TSE e “apurar a conformidade e legalidade do processo eleitoral” de 2022. O documento, segundo ele, foi apresentado aos comandantes em uma reunião no Palácio da Alvorada no dia 7 de dezembro de 2022.
Freire chegou a alegar que prenderia Bolsonaro caso ele tentasse colocar em prática um golpe de Estado, revelou Carlos Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, em depoimento.
“Depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de alguns institutos previsto na Constituição (GLO ou estado de defesa ou estado de sítio), o então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o presidente da República”, disse o ex-comandante da FAB.
Freire alegou que o conteúdo da minuta era semelhante ao da encontrada pela PF em janeiro de 2023 na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. Frisou ainda que, na segunda reunião, ocorrida uma semana depois, ele e o brigadeiro Baptista Junior “afirmaram de forma contundente suas posições contrárias ao conteúdo exposto” e disseram que “não teria suporte jurídico para tomar qualquer atitude.”
As declarações de Baptista Júnior e Freire Gomes se sustentam, ao revelar à PF que somente o ex-comandante da Marinha, almirante Garnier, concordou com as ideias propostas nas versões das minutas golpistas discutidas com Bolsonaro.
/com agências