*Redação
A Justiça do Distrito Federal decidiu tornar Jair Renan Bolsonaro réu pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. A decisão, comunicada na última segunda-feira (25) pela 5ª Vara Criminal de Brasília, ocorreu após uma denúncia do Ministério Público contra Renan e outras cinco pessoas.
O “zero quatro” da família Bolsonaro foi investigado por utilizar uma declaração de faturamento com informações falsas de sua empresa para obter um empréstimo bancário que não foi pago. A polícia acredita que o filho do ex-presidente falsificou as relações de faturamento da empresa RB Eventos e Mídia para conseguir um empréstimo de R$ 157 mil em 2022. Depois, em 2023, obteve novos empréstimos de R$ 251 mil e R$ 291 mil.
O grupo de Jair Renan teria falsificado um documento que atestava falsamente que a empresa dele havia faturado R$ 4,6 milhões no período de um ano, o que configurou, segundo o Ministério Público, o crime de falsidade ideológica.
O MP afirmou também que, “no período compreendido entre novembro de 2020 e julho de 2023”, Jair Renan, Maciel Alves e outros acusados “ocultaram ou dissimularam a natureza, origem, movimentação ou propriedade de bens, direitos e valores de origem criminosa, proveniente, direta ou indiretamente, da prática de crimes de falsidade ideológica, estelionato e falsificação de documentos públicos e particulares”.
Os réus teriam criado um “laranja”, uma pessoa que não existe chamada Antônio Amâncio Alves Mandarrari, para ocultar valores obtidos de forma ilegal, incluindo os recursos provenientes dos supostos empréstimos fraudulentos. Essa pessoa fictícia “abriu” empresas para movimentar o dinheiro.
Em fevereiro, a Polícia Civil do DF apresentou o relatório final da investigação, na qual indiciou Jair Renan e seu instrutor de tiro, Maciel Alves, também denunciado. O indiciamento foi pelos mesmos crimes. Em agosto do ano passado, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão contra os dois.
Em nota, a defesa de Jair Renan afirmou que ele “foi vítima de um golpe montado por pessoa, que apenas depois se soube ser conhecida pela polícia e pela Justiça.” Os advogados disseram ainda que “tudo ficará esclarecido no curso do processo”.
/com agências