Perícia: motorista estava a mais de 100 km/h em acidente de Feira Grande

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Redação*

Velocidade acima do permitido e transitar na contramão foram algumas das conclusões do laudo pericial do Instituto de Criminalística de Alagoas sobre o sinistro de trânsito que matou uma empresária e um funcionário dela, em Feira Grande, em 26 de abril.

Físico por formação e especialista em perícias de trânsito, o perito Edson Júnior confirma no laudo que ficou comprovado cientificamente que o Fiat Argo estava a mais de 100km/h.

Ele destacou que a celeridade do espaço percorrido durante a unidade de tempo ocorreu em um trecho da rodovia estadual AL-485, onde a máxima velocidade permitida é de 60km/h.

No sinistro, Wesley da Silva, de 17 anos, e Maria Vieira Sandro, de 59 anos, morreram no local. O motorista do carro, Lucas Gabriel Cosmo do Santos, de 21 anos, foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de homicídio doloso, quando há intenção de matar, e lesão corporal.

Edson Júnior ainda afirma que ficou provado, através da análise dos vestígios na via, das forças que agiram nos veículos e da energia necessária para produção das avarias que o veículo Fiat Argo freou bruscamente durante uma manobra de desvio colidindo no meio-fio na contramão.

Na ocasião, iniciou o capotamento e, durante essa capotagem, a lateral direita do carro impactou contra a moto Honda Pop, passando sobre ela e produzindo as lesões que levaram as vítimas a óbito.

Questionado sobre o vídeo viralizado nas redes sociais, do carro em uma ultrapassagem irregular antes do sinistro, o perito informou que o automóvel está com uma velocidade compreendida entre 130 e 163km/h.

Mas ele esclareceu que não pode consignar no laudo o vídeo porque a mídia não foi entregue oficialmente e nem passou pela análise necessária, indo de encontro à Lei da Cadeia de Custódia, o que afetaria a validade do laudo.

“O perito é um interpretador de vestígios que precisa seguir, rigorosamente, o método científico de maneira totalmente imparcial, e sua função não é julgar, mas descrever o que aconteceu, como aconteceu e fornecer elementos materiais que possam levar a autoria, fornecendo assim provas científicas relevantes para os julgadores”, disse.

Ainda sobre o laudo, Edson Júnior disse que foram nove páginas de cálculos ao longo de oito dias de análise, onde as teses e antíteses foram confrontadas, resultando em um instrumento probatório totalmente fundamentado.

O laudo foi disponibilizado para os órgãos que compõem a persecução penal na última quinta-feira (09).

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*com Ascom Polícia Científica

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