Após operação do MP, presidente da Câmara de Tanque D’Arca afirma que está ‘tudo certo’

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Redação

O papel de todo legislador é fiscalizar, ou pelo menos deveria. No município de Tanque D’Arca, a 107 km de Maceió, o presidente da Câmara de Vereadores, João Vasconcelos, segue de forma subserviente à gestão do prefeito Will Valença e de seu vice, Didi.

A reportagem da Folha de Alagoas questionou o posicionamento do parlamentar em relação à Operação Maligno, conduzida pelo Ministério Público Estadual (MP/AL) em maio, que revelou um desvio milionário envolvendo a suposta cooperativa Moderniza durante a atual gestão.

Em resposta, Vasconcelos foi taxativo: “Não! A gente não tá fiscalizando não […] Eu sou contra a fiscalização, não vejo nenhuma irregularidade. O prefeito está fazendo um trabalho sério, um trabalho transparente”, declarou durante a conversa.

O presidente da Câmara afirmou repetidamente não ter acesso às informações da empresa, indicando que qualquer questionamento deveria ser direcionado ao prefeito Will Valença e a Didi. Além disso, declarou mais uma vez sua decisão de não solicitar documentação ao executivo, reforçando a posição de não investigar os envolvidos na lavagem de dinheiro.

“Eu não vou solicitar absolutamente nada, vou aguardar o posicionamento do Ministério Público […] Isso daí é absolutamente política”, afirmou.

A investigação revela que o grupo criminoso fechou contratos milionários com 20 municípios em Alagoas, movimentando um total de R$ 243 milhões. Desse montante, aproximadamente R$ 9,5 milhões foram destinados à prefeitura de Tanque D’Arca entre outubro de 2020 e março de 2023.

Por fim, João Vasconcelos, que não faz questão de disfarçar seu alinhamento com o Executivo, não explicou o repasse de R$600.000,00 para Câmara.

ÁGUA CONTAMINADA
Vale lembrar que os moradores de Tanque d’Arca continuam enfrentando problemas com a má qualidade da água que chega às torneiras. Desde que a concessão pública foi entregue à Verde Alagoas, aprovada pela administração do prefeito Will Valença e do vice Didi, a população local relata uma piora nos serviços prestados.

Em 26 de março deste ano, a maioria da Câmara de Vereadores, liderada por João Vasconcelos, decidiu rejeitar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a negligência na distribuição de água pela Companhia Verde Alagoas, apesar de uma análise do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) ter detectado contaminação na água.

Os parlamentares Eliane Santos, Silvânia França, Lala Tenório, Maria de Nazaré, Ronilson Santos, Damião Santos e o presidente da Casa, permaneceram em silêncio diante do clamor popular, que não suporta mais utilizar água imprópria em suas residências.

Com a falta de ação do poder público para exigir melhorias, os moradores estão à mercê da sorte em relação a um recurso essencial no dia a dia: a água.

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