Lira aproveita evento com mulheres para minimizar polêmica de “PL do estupro”

Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Redação

Após repercussão negativa da votação do PL do Aborto, que levou diversas mulheres às ruas e foi motivo de protestos por todo o país, Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, defendeu os direitos femininos nesta segunda-feira (1), durante a 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20.

O projeto ficou conhecido como “PL do estupro”, pois, caso seja aprovado, irá equiparar a interrupção da gravidez resultante de estupro ao homicídio, com uma pena de reclusão de até 20 anos para a vítima. Além disso, visa alterar o Código Penal para aumentar a pena de quem realizar o procedimento após a 22ª semana de gestação.

Na reunião do P20, Lira afirmou que, com a criação de cadeiras efetivas no Parlamento reservadas para mulheres, novas lideranças femininas poderão surgir em todo o país. Defendeu ainda a implementação de políticas públicas para garantir mais direitos e oportunidades para as mulheres no país.

“São fundamentais iniciativas que garantam renda para as mulheres. Criar linhas de acesso a microcrédito, oferecer programas de capacitação, fomentar o empreendedorismo feminino”, declarou o deputado.

Ao se colocar como defensor dos direitos das mulheres, em entrevista após o evento, Lira apresentou uma versão diferente do que foi dito nas sessões sobre o PL 1904/2024. “Não teria a Câmara votado de forma simbólica e unânime se fosse para tratar de aborto. Isso foi uma pauta mal conduzida com relação às versões que saem, principalmente as versões publicadas”, disse.

“Essa pauta de aborto como foi colocada, com a defesa muito equivocada em relação a estupradores e crianças indefesas, foi justamente sobrestada e vai ser levada no segundo semestre com muito debate, com muita discussão e com muita clareza para que não se crie essas versões de apelidos para PLs que não existem”, concluiu. 

Aparentemente, Arthur Lira recuou na polêmica pauta que mobilizou o eleitorado feminino, ao afirmar que o projeto não iria “retroagir nos direitos já garantidos” às mulheres, e que o tema será debatido com mais clareza no segundo semestre. O evento do P20, com visibilidade mundial, parece ter vindo em boa hora para o presidente da Câmara dos Deputados tentar amenizar a sua situação.

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