Da Redação
Movimentos de estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) estão criticando o corte da Prefeitura de Maceió no itinerário das linhas de ônibus que passavam por dentro do campus A. C. Simões. No total, são oito trajetos retirados.
A partir de segunda-feira (15), seis linhas do Eustáquio Gomes e duas da Forene não entrarão mais na Ufal. Os alunos que pegam esses coletivos terão que descer na entrada e ir a pé ou pegar outra linha de integração a ser inaugurada: 4000 – Circular Ufal, para chegar a seus blocos de aula.
Segundo o Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT), o percurso será feito da entrada do campus até o observatório, de segunda à sexta-feira, entre às 6h30 e às 22h20, com intervalos entre as viagens de 10 a 15 minutos, sendo 75 viagens por dia.
Apenas cinco outras linhas continuarão normalmente passando pela Ufal: 046 – Village Campestre II/ Centro; 711 – Ufal/ Ponta Verde (via Calmon); 901 – Eustáquio Gomes/ Terminal Integrado do Benedito Bentes (via Hospital Metropolitano); 903 – Eustáquio Gomes/ Terminal Integrado do Benedito Bentes (via Ufal); e 900 – Cruz das Almas / Ufal (via José Tenório).
“Com a implantação da linha 4000, oito linhas deixarão de passar dentro da área da universidade, o que deve gerar um ganho no tempo de viagem de até 25 minutos, a depender do horário, para os usuários dos respectivos itinerários”, argumenta a gestão de JHC (PL).
Para o Movimento Juntos Alagoas, o prefeito JHC ataca os estudantes da Ufal e restringe o seu acesso ao ensino e aos espaços da universidade. “É impossível considerar que em horários de pico, um ônibus com capacidade para 50 pessoas, seja capaz de lidar com o fluxo de milhares de estudantes dentro da Universidade. A quantidade é o equivalente a apenas uma turma dos cursos da Universidade”.
“Se o transporte público na cidade de Maceió já é insuficiente para atender a demanda da Ufal, onde, em seu campus A.C. Simões, apenas de estudantes, circulam aproximadamente 20 mil pessoas, a redução da circulação para APENAS 01 ÔNIBUS é totalmente incabível para a mobilidade urbana e o acesso ao ensino superior dos maceioenses”, argumenta.
Por fim, o movimento afirma que a gestão desconsidera a segurança dos estudantes. “Transporte público gratuito e de qualidade é o mínimo! O acesso à Universidade e aos seus aparelhos é essencial para a produção de conhecimento, desenvolvimento e a mudança de vidas que passam pela Ufal”.
Professor
Professor e pré-candidato a vereador pelo PT, Basile Christopoulos foi um dos que mostraram preocupação com a mudança. Ele criticou a falta de planejamento, bem como a ausência de diálogo com a população e a comunidade acadêmica.
“Teve quatro anos de mandato e não preparou um plano de mobilidade urbana, um plano para dizer como é que os cidadãos de Maceió vão se transportar pelos bairros. Maceió é uma cidade enorme, tem muita demanda para transportar o povo. A gente precisa pensar na nossa cidade de forma diferente”, disse.
Câmara
A vereadora Teca Nelma, também do PT, encaminhou um ofício à DMTT, cobrando mais esclarecimentos sobre a decisão e questionando se houve um estudo prévio, qual foi o critério utilizado para a retirada das oito linhas de circulação no campus e se foram previstas alternativas de segurança.
“Os problemas do transporte público em Maceió continuam. Agora, são os estudantes e funcionários da Ufal que serão afetados por uma medida tomada pela Prefeitura de Maceió, sem nenhum diálogo com os usuários”, diz a parlamentar.