A Braskem pode reduzir ou fechar a sua capacidade produtiva no Brasil caso os desafios de competitividade persistam, segundo indicou Roberto Bischoff, presidente da companhia, ao jornal Valor Econômico.
O motivo é que a indústria petroquímica vive um ciclo de baixa, mas o setor brasileiro especificamente tem dificuldades com o maior custo de matéria-prima e custos estruturais mais elevados do que os produtores instalados em outras regiões.
“Estamos avaliando, em termos de longo prazo, qual é a capacidade de recuperar o nível de operação ou então a melhor maneira para isso. É uma agenda sim, algo que ninguém busca ou prefere como solução, mas às vezes não tem outra opção”, disse Roberto Bischoff.
A resposta veio quando ele fora perguntado sobre a possibilidade de a Braskem fechar unidades produtivas no país ou adotar outras medidas para cortar capacidade. A Braskem tem operado com taxas de cerca de 70% no país quando deveria rodar acima de 85%, até 90%, para retorno adequado.
“O Brasil segue em situação desafiadora”, destacou Pedro Freitas, vice-presidente de finanças, suprimentos e relações institucionais da empresa, apontando que a taxa de ocupação mostra que a situação de competitividade do Brasil, em relação ao mundo, não permite rodar as plantas locais em patamar saudável.
“São quase 20 pontos abaixo desse patamar”. Segundo ele, houve no Brasil uma alta acentuada das importações de produtos químicos e petroquímicos devido ao excesso de oferta no mercado global. “O Brasil ainda não adotou medidas efetivas nesse sentido em petroquímica”, disse o executivo.