Reitor da Ufal reclama da falta de verba para manter complexo esportivo: ‘Difícil’

Assessoria

Redação

A falta de orçamento na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) também afeta a manutenção do complexo esportivo do campus em Maceió. Construído por R$ 29 milhões oriundos de recurso público entre 2015 e 2019, tendo 48 mil metros quadrados, o espaço está agora sem o devido reparo.

Em texto à imprensa, o reitor Josealdo Tonholo ressalta que se não houver uma recomposição no orçamento, a universidade não vai conseguir fazer o trabalho de manutenção das instalações, principalmente no campus A.C. Simões.

“É muito difícil ver a situação do complexo esportivo, mas estamos todos de mãos atadas porque sem orçamento não podemos fazer nada. É uma estrutura gigantesca e precisa de muito dinheiro para se manter”, lamentou Tonholo.

O professor Gustavo Gomes, diretor do Instituto de Educação Física e Esporte (Iefe), conta que a situação do complexo esportivo da Ufal é um acúmulo de problemas não solucionados por falta de verba para manutenção.

Quase cinco anos depois da inauguração, e com o orçamento comprometido, chegaram os danos físicos como infiltração, estruturas metálicas cedendo, destelhamento e pisos esportivos danificados irreversivelmente, relata o gestor.

Gomes reforça que isso diminui a capacidade de atendimento em relação à quantidade e à qualidade da oferta ao público na área pedagógica, dos produtos científicos e de extensão. Os gestores já precisaram interditar vestiários, arquibancadas, campo específico de uso e suspender as atividades noturnas, já que os refletores de todos os espaços estão danificados.

“A situação atual do complexo esportivo inibe a elaboração de novos projetos e convênios bem como a expansão e desenvolvimento universitário, levando a um prognóstico de curto prazo de interdição total dos espaços e, consequentemente, inviabilidade de atendimento público”, alertou o diretor.

O superintendente de Infraestrutura da Ufal, Felipe Paes, revela que só a pista de atletismo e o telhado da arquibancada, deteriorados durante o período da pandemia, necessitam de um investimento de cerca de R$ 6 milhões para correção, o que corresponde a 150% do orçamento anual de manutenção de toda a Ufal.

Ele lembra que o orçamento de custeio das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) está defasado há anos, e agravada a partir de 2016, com sucessivos cortes. Este ano de 2024, a Ufal recebeu do MEC um valor para custeio comparável ao de 2009, mas Felipe ressalta que 15 anos atrás a universidade tinha outro cenário.

“De lá pra cá, a Ufal teve um crescimento em área construída de quase 100%. Conforme consta no último levantamento imobiliário realizado em 2023, a Ufal possui um patrimônio avaliado em aproximadamente 800 milhões de reais, sendo necessário, anualmente, pelo menos, 2% desse valor [R$ 16 milhões] para manter minimamente as suas edificações em funcionamento, podendo esse percentual aumentar até 10%, a depender das condições de conservação de cada edificação”, explicou Paes.

“Pois bem, em 2024 foram disponibilizados apenas R$ 4 milhões, repetindo o mesmo padrão de sub financiamento dos últimos oito anos, ocasionando o efeito ‘bola de neve’ com acúmulo de problemas estruturais ao longo desse período”, completa.

/com Assessoria

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