Filiados que foram candidatos a vereador pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) em Maceió protocolaram um pedido de reunião extraordinária com a Executiva Municipal para tratar de denúncias envolvendo as supostas irregularidades nas eleições municipais de 2024, com acusações de fraude à cota de gênero.
O pedido foi formalizado por Marcondes Costa, que falou à Tribuna Independente, e assinado também por outros ex-candidatos do partido, incluindo o professor Dilson, Alex NSC e Ricardo Nazário.
A reunião foi solicitada para quarta-feira (11), às 17h, no diretório municipal do PDT, e terá como objetivo discutir acusações que apontam para a suposta existência de candidaturas fictícias criadas para cumprir a cota de gênero prevista na legislação eleitoral. Segundo Marcondes, as denúncias são graves e precisam ser esclarecidas.
“Obviamente, vamos esclarecer essa história toda. São acusações graves que precisam ser apuradas. Confio no partido, estou nele há 20 anos, mas, se houve erros, quem errou deve responder por isso”, afirmou.
Além disso, o requerimento apresentado por Marcondes e os demais signatários ressalta a necessidade de proteger a credibilidade do partido. “Há uma necessidade perene de prestarmos contas à sociedade maceioense, pois o PDT sempre se pautou pela ética e pelo espírito cívico do bem comum”, diz um trecho do documento protocolado.
As denúncias que motivaram o pedido de reunião incluem suspeitas de que o PDT teria registrado mulheres como candidatas apenas para atingir o percentual mínimo de 30% exigido por lei, sem que elas tivessem realizado campanha efetiva. Além disso, foram levantados indícios de irregularidades no uso do fundo eleitoral, com despesas atribuídas a gráficas e empresas de filmagem cujos endereços correspondem a residências de pessoas físicas e de baixa renda.
Marcondes reforçou que confia no partido, mas destacou que, caso sejam confirmados os erros, é fundamental que os responsáveis sejam responsabilizados. “Precisamos ponderar as coisas. Se houver fundamento nas acusações, vou me pautar, como sempre fiz, pela lisura e pela ética”, disse o ex-candidato.
O pedido de reunião inclui a convocação de todos os membros do diretório municipal e de candidatos que concorreram no último pleito. Há também a solicitação para que, se necessário,
a Executiva Estadual seja envolvida na discussão, demonstrando a preocupação dos filiados em dar respostas rápidas à sociedade.
IMPLICAÇÕES
Enquanto o PDT se organiza para tratar das acusações internamente, a Justiça Eleitoral analisa uma ação movida pelo vereador João Catunda (PP), que acusa o partido de fraude na cota de gênero. Caso a denúncia seja acatada, Aldo Loureiro (PDT), vereador eleito, poderá perder o mandato.
A petição de Catunda solicita, como medida liminar, que Loureiro não seja diplomado até o término das investigações. A ação também menciona possíveis irregularidades no uso de recursos do fundo eleitoral, o que pode trazer repercussões ainda mais amplas para a legenda.
Marcondes, ao falar com a Tribuna Independente, destacou que espera que a reunião seja um espaço para esclarecimentos transparentes e decisões justas. “Eu acredito que o partido saberá conduzir essa situação com a seriedade que ela exige. A reunião será uma oportunidade para debatermos tudo com responsabilidade”, afirmou.
Com o avanço das investigações judiciais e os questionamentos internos, os próximos dias serão decisivos para o PDT em Maceió. As denúncias levantam questões que podem impactar não apenas a imagem do partido, mas também a configuração da próxima legislatura municipal, cuja posse está prevista para janeiro de 2025.
/Tribuna Independente